A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) disse esta quarta-feira que a Liga de Clubes falhou o pagamento de verbas em falta aos árbitros e admite agora, em último recurso, uma paragem dos campeonatos como forma de luta. O presidente da entidade, José Fontelas Gomes, disse à agência Lusa que os árbitros esperavam receber, até à passada segunda-feira, 25% dos salários e prémios relativos aos meses de julho e agosto, como tinha ficado acordado com Mário Figueiredo, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

O Observador questionou a Liga de Clubes sobre o assunto, mas, até ao momento, ainda não obteve resposta. Já Pedro Proença, árbitro internacional, que ainda não tinha tomado conhecimento das declarações do líder da APAF, preferiu não fazer quaisquer comentários.

José Fontelas Gomes revelou que o acordo”não foi cumprido” e “não houve pagamento”, acrescentando que faltam dez dias para a data em que os árbitros deveriam receber o mês de setembro. Nessa data, salientou, os árbitros esperam receber setembro por inteiro e os 25% em falta.

Uma vez que a Liga falhou o acordo, Fontelas Gomes diz agora que os árbitros admitem “uma paragem de campeonato”, uma expressão que utilizam para designar uma “greve” e que apenas contemplam como último recurso. “A nossa postura leva-nos a resistir sempre a soluções de guerra no futebol. No entanto, uma paragem de campeonato é uma forma de luta que está sempre em cima da mesa”.

A LPFP – atualmente em processo eleitoral – atravessa dificuldades financeiras. No início do mês, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, explicou que a Liga de clubes gasta 12 milhões de euros apenas com a organização das provas profissionais e a arbitragem e gera receitas de três milhões, pelo que tem um défice de exploração de nove milhões.

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