O presidente do Banco BIC, Luís Mira Amaral, criticou esta quarta-feira a continuidade e o aumento do imposto extraordinário sobre a banca em 2015, acusando o Governo de “tentar sacar dinheiro onde lhe for possível”.
Em declarações à Lusa, Mira Amaral sublinhou que os bancos já pagam aquele imposto desde 2012, sendo que em 2013 também passaram a contribuir para o Fundo de Resolução Bancário.
“Isto é uma carga pesadíssima sobre os bancos, a vida dos bancos hoje não está nada fácil”, referiu.
Segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2015, o Governo aumenta a contribuição sobre o setor bancário, medida extraordinária instituída pelo Executivo Sócrates para vigorar em 2011, esperando encaixar mais 31 milhões de euros.
Mira Amaral defendeu que este imposto, “se tinha alguma lógica, era para ir diretamente para o Fundo de Resolução bancário e não para os cofres do Estado”.
Para o presidente do Banco BIC, aquele imposto extraordinário só acabar quando os governos decidirem cortar a sério na despesa pública, “no monstro público que temos no país”.
“Enquanto isso não acontecer, hão de tentar sacar dinheiro onde for possível”, acentuou.
Deu como exemplo a fiscalidade verde, que classificou como “imposto exótico” e como um “contrassenso”.
“É um contrassenso em termos europeus taxarem-nos com fiscalidade verde, quando somos dos países que menos polui, que menos emite CO2 a nível europeu, e portanto é um desculpa esfarrapada chamar-lhe fiscalidade verde. Foi mais uma maneira de arranjarem mais algum para os cofres do Estado”, rematou.
Mira Amaral falava em Barcelos, à margem da assinatura de um protocolo entre a Associação Comercial e Industrial local e o Banco BIC, com o objetivo de proporcionar aos seus associados condições preferenciais em produtos e serviços financeiros.