O ministro da Economia admitiu esta sexta-feira aos jornalistas que a privatização da TAP ainda está na agenda. Os prazos estão apertados, já que sempre disse que, a ser feito, o processo terá de ficar fechado até ao fim do ano. Mas isso não será impedimento. “Até ao fim do ano ainda faltam nove semanas e nove semanas em política ainda é um tempo muito razoável”, disse.

A questão foi colocada à saída da primeira parte das jornadas parlamentares conjuntas entre o PSD e o CDS, que decorrem entre esta sexta-feira e sábado, na Assembleia da República. Antes, o ministro, que esteve com os deputados a debater o Orçamento do Estado para 2015, tinha reforçado o “bom senso” que houve entre os Ministérios de não aumentar impostos nem aumentar “taxas e taxinhas” que prejudiquem setores fundamentais da economia.

A questão da privatização da TAP continua a ser um tema quente desta legislatura, uma vez que ainda não há decisões entre o Governo sobre se o processo avança e, se avançar, em que moldes vai ser feito. Isto é, se a privatização vai ser total ou parcial, e a quem será vendida a companhia aérea nacional. Na quarta e quinta-feira, em plenário, o Parlamento debateu e votou um projeto de resolução do Bloco de Esquerda contra a privatização da empresa, mas foi chumbado pela maioria.

Na altura, o CDS defendeu uma privatização “cuidadosa” em que o preço de venda é um fator menos importante do que a importância estratégica do hub de Lisboa e as ligações com África e a América do Sul.

Ainda na semana passada, durante uma sessão da comissão de Economia e Obras Públicas, o ministro tinha mostrado uma vontade clara de avançar com o processo. “Seria vantajoso se o Governo conseguisse privatizar a TAP nesta legislatura”, disse na altura. Questionado pelo PS, António Pires de Lima não quis, no entanto, avançar detalhes de calendário, manifestando apenas que seria “uma vitória” se o processo de privatização avançasse ainda esta legislatura, ou seja, até ao verão de 2015.

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