Em maio, David Cameron disse que não se coligaria com o UKIP porque o partido eurocético liderado por Nigel Farage tem como objetivo “destruir o Partido Conservador”. Esta manhã a resposta foi menos clara, com o primeiro-ministro a dizer que “fará o melhor pelo Reino Unido”, sem nunca negar a possibilidade de um compromisso com o partido que defende a saída do país da União Europeia e um maior controlo da imigração.
“As próximas eleições estão completamente em aberto, e se as pessoas votassem bem, até poderia resultar num governo maioritário para os conservadores. É para isso que estou a fazer campanha e não preciso de distrações até às eleições”, disse o primeiro-ministro numa rádio local da BBC, acrescentando que até depois dos britânicos decidirem nas urnas, não vai “especular” sobre o que pode acontecer – em agosto, três em cada 10 conservadores preferiam uma coligação com o UKIP do que com os liberais.
“As pessoas sabem que eu vou fazer sempre o que é certo para o Reino Unido. Na última eleição, não tivemos maioria, ficámos abaixo do esperado, e eu pensei que o mais acertado era dar ao país um governo forte e estável”, disse ainda sobre a atual coligação no governo entre conservadores liberais
Já Nigel Farage diz que há outras maneiras de manter um governo minoritário que não obrigam a entrar numa coligação. O UKIP é a terceira força política na intenção de voto dos britânicos nas eleições de 2015 e o seu número de apoiantes tem vindo a subir desde que os partido ganhou as eleições europeias em maio passado
O UKIP resulta de uma cisão dentro dos conservadores, motivada pelo apoio do partido ao Tratado de Maastricht em 1992. Os opositores internos, que passaram a ser conhecidos como os rebeldes de Maastricht, formariam o UKIP em 1993.