Por Luís Garoupa (texto) e José Sena Goulão (fotos), enviados da Agência Lusa
O regresso de Cristiano Ronaldo ao Manchester United é o “sonho quase impossível” dos adeptos dos “red devils”, enquanto Nani tem que “trabalhar muito mais” para voltar a vestir a camisola do clube inglês de futebol.
A dois dias do particular entre Portugal e a Argentina, o regresso de Cristiano Ronaldo a Old Trafford está para já a passar um pouco lado dos adeptos do Manchester United, que admitem mesmo torcer pela seleção sul-americana e sobretudo por Angel Di Maria, que veste agora a camisola “7” da equipa.
“Talvez veja a jogo pela televisão. Ao estádio não penso vir. Claro que gosto do Ronaldo, mas neste momento Di Maria é que é nosso jogador e não ele”, afirmou à agência Lusa John Cox.
O adepto do Manchester United, de 53 anos, defendeu que Di Maria tem capacidade para, um dia, poder atingir o nível do “capitão” da seleção portuguesa, mas assumiu que sonha com o regresso de Ronaldo ao emblema de Manchester.
“Gostava muito que ele voltasse, mas sei que é quase impossível. Depois, ele (Ronaldo) ainda melhorou e isso é espantoso. Chegou cá muito novo e trabalhou sempre muito para chegar ao nível que chegou. É fantástico”, confessou Cox, que passeava nas imediações do estádio Old Trafford, depois de ter comprado uma camisola de Di Maria para um dos seus filhos, que celebra hoje sete anos de idade.
Kieran, o aniversariante, não tem muitas recordações do atual jogador do Real Madrid: “Não me lembro muito, mas o meu pai sempre me disse que o Ronaldo marcou muitos golos no Manchester United”.
O caso muda de figura quando se fala de Nani. Para John Cox, o jogador que está emprestado ao Sporting tem “talento”, mas precisa de “trabalhar muito mais” e aprender o “verdadeiro espirito” do Manchester United para se impor no futuro na equipa agora treinada pelo holandês Louis van Gaal.
“Ele tem valor para estar na equipa, mas precisa de ter outra atitude”, considerou.
Para Steven Clarke, também adepto do Manchester United, Nani foi apontado como o sucessor de Cristiano Ronaldo na equipa, quando este saiu para o Real Madrid, e acabou por não aguentar a pressão.
“Talvez este empréstimo lhe faça bem e volte mais forte, seja agora em janeiro ou no final da temporada. É um bom jogador, mas acho que agora não teria lugar no Manchester United”, disse à Lusa.
Mesmo com “saudades” de festejar os golos de Ronaldo e com esperança que um dia o português regresse ao Manchester United, este adepto, de 45 anos, também tirou alguma importância ao Portugal-Argentina.
“Vai ser mais um duelo entre Ronaldo e Messi, que são os melhores dos melhores, mas isso também acabamos por ver todos os anos no campeonato espanhol, por isso não devo ir estádio”, explicou à Lusa Clarke, acompanhado da sua filha, de 12 anos e que vestia uma camisola do holandês Robin van Persie.
De acordo com a empresa que organiza o particular, pouco mais de 20 mil bilhetes estavam vendidos até hoje, num estádio que tem lotação para mais de 70 mil espetadores.
A alegada falta de interesse pelo jogo também está a prejudicar Nigel Dixon, um adepto de longa data do United que já há quase três décadas é presença regular junto a Old Trafford a vender cachecóis.
“Até agora, não vendi muitos destes. Isto tem estado muito fraco. Talvez amanhã (segunda-feira) isto melhore”, contou Dixon à Lusa, enquanto segurava um dos cachecóis alusivos ao jogo entre Portugal e Argentina.
Este adepto, de 67 anos, admitiu que “ficou com muitas saudades” de Cristiano Ronaldo no Manchester United, mas preferiu falar de uma outra figura histórica do futebol português.
“Eu estive na final de 1968 entre o United e o Benfica (4-1, após prolongamento), em Wembley. Fiquei maravilhado com o Eusébio. Era simplesmente brilhante”, concluiu.
O encontro está agendado para terça-feira, às 19:45.