Chefes e elementos do Regime de Sapadores Bombeiros protestaram esta segunda-feira em frente à Câmara de Lisboa por melhores condições laborais, exigindo uma hierarquização do dispositivo e mais informação sobre a reorganização dos quartéis. “Estamos aqui [para] pedir ao senhor presidente da Câmara que reorganize o socorro na cidade de Lisboa” e que “junto do Governo faça uma pressão […] sobre o projeto que está lá para os bombeiros sapadores municipais”, nomeadamente quanto ao financiamento das câmaras, disse hoje à agência Lusa o dirigente sindical Fernando Curto.
O também presidente da Associação e do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) acrescentou que outra das preocupações é “aquilo que tem a ver com as situações internas do próprio regimento”, numa alusão à hierarquização do dispositivo. De acordo com Fernando Curto, ali estiveram 500 pessoas, mas segundo informações policiais os manifestantes rondavam os 200.
Os bombeiros também reivindicaram a sua presença no Aeroporto de Lisboa, cujo contrato deve cessar no final do ano: “Ao fim de 50 anos que estamos no Aeroporto de Lisboa, estamos a sair sem uma justificação”, assinalou. O sindicalista afirmou que as recentes medidas tomadas pelo município, como a aquisição de equipamentos de proteção individual e de viaturas, assim como a recruta de 50 bombeiros, ainda sem prazo, são “pequenas coisas que não resolvem a situação”.
Quanto à criação da Taxa Municipal de Proteção Civil, prevista no orçamento municipal do próximo ano e cuja receita será alocada em parte ao RSB, defendeu que é “uma medida que foi reclamada há muitos anos” e com a qual concorda. O vereador da Segurança da Câmara de Lisboa (de maioria socialista), Carlos Castro, refutou as críticas: “Tudo aquilo que é responsabilidade” da autarquia “está a ser cumprido”.
O autarca acrescentou que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, “já apresentou ao Governo a necessidade da promoção das chefias”. Relativamente à reorganização do RSB, Carlos Castro assegurou que “não há qualquer encerramento de quartéis”, mas sim “uma readaptação do dispositivo […] com melhores condições para os bombeiros”.
Em causa estão os quartéis de Carnide, sem alternativa prevista, o da Avenida Defensores de Chaves, que deverá transitar para um espaço no Arco do Cego, assim como o do Rossio, que deverá passar para o Martim Moniz. A ação tinha em vista uma reunião esta manhã com o presidente da câmara, António Costa, ou com o vice-presidente, Fernando Medina, mas o encontro não se realizou. À saída dos Paços do Concelho, Fernando Curto dizia-se “desiludido”, assegurando que o regimento se vai reunir na terça-feira e que “todas as medidas irão estar na mesa”, como greves e vigílias. Carlos Castro justificou que não houve reunião por problemas de agenda.
Na manifestação participaram os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa, João Ferreira e Carlos Moura. João Ferreira assinalou o “desinvestimento” feito no RSB, já que a seu ver falta pessoal, chefias, equipamentos e viaturas.