A substituição de Miguel Macedo por Anabela Rodrigues soube a pouco para a oposição, mas Anabela Rodrigues conseguiu um consenso raro: não teve críticas e ouviu até alguns elogios vindos do lado esquerdo da bancada. O facto de ser uma mulher ajudou, mas é o “currículo notável” que merece a atenção.

Os elogios chegaram pela voz de Cecília Honório do BE. Em declarações aos jornalistas, Cecília Honório afirmou que era importante “sublinhar que tem um curriculum notável”, mas que “surge num contexto muitíssimo conturbado e de descrédito do próprio Governo”. Mais que isso, disse a deputada bloquista, Anabela Rodrigues é “uma mulher num Governo que tem tão poucas”.

Contudo, ao BE, tal como ao PS e ao PCP, a substituição soube a pouco. Os bloquistas queriam “uma remodelação mais alargada de um Governo que neste momento está a desfazer-se e tem a sua credibilidade em causa”, salientando que a nova ministra terá em mãos dossiês “de uma enorme complexidade”.

Posição semelhante teve o PS. Ana Catarina Mendes, vice-presidente da bancada do PS defendeu que Passos Coelho podia “fazer uma remodelação mais alargada”, mas que em vez disso “decidiu substituir um só ministro”, mantendo o Governo “ligado às máquinas”.

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O PS queria mais, mas isso não significa que critique a nova ministra. Pelo menos para já as palavras não são de reprovação da escolha. Disse Ana Catarina Mendes que “não está em causa o perfil” de Anabela Rodrigues e acrescenta “desejo-lhe as maiores felicidades”.

O mesmo do lado do PCP. João Oliveira disse que a saída de Macedo e a entrada de Anabela Rodrigues “não é medida suficiente para resolver o problema” dos vistos gold.

Quem também lhe dirigiu os maiores elogios foi Aguiar-Branco, agora colega de Governo e amigo de longa data. O ministro da Defesa defendeu a “excelente escolha” de Passos Coelho. “Qualquer observador atento e qualquer observador isento não deixará de reconhecer que é uma excelente escolha, que tem uma competência e qualificação muito acima da média, e por isso vai valorizar e ser um valor acrescentado para o próprio governo”, disse em declarações citadas pela Lusa.