Manifestantes pró-democracia e a polícia entraram esta quarta-feira em confronto em Hong Kong depois de um pequeno grupo ter tentado entrar no complexo governamental, numa altura em que avançam as operações de desimpedimento das ruas.

Cerca de uma centena de agentes da polícia usou gás pimenta e equipamento antimotim para combater os manifestantes, que agitavam chapéus-de-chuva, o símbolo do movimento. As autoridades acabaram por deter quatro pessoas.

“A polícia condena veementemente os atos dos manifestantes, que perturbaram a ordem pública”, disse a polícia, em comunicado. Na origem dos confrontos esteve a tentativa de um grupo de cerca de 12 pessoas de entrar no Conselho Legislativo usando barricadas de metal como ‘arma’ improvisada para abrir caminho.

A estação televisiva de Hong Kong TVB emitiu imagens em que se ouve um manifestante dizer “Parte [a porta] e entra”. Há sete semanas que os manifestantes pró-democracia estão acampados em três principais zonas de Hong Kong, num protesto para exigir o sufrágio universal pleno no território.

Na terça-feira, as autoridades avançaram para retirada das barricadas e os jovens não ofereceram resistência. No entanto, a postura parece ter sido alterada hoje. “Queremos que os protestos subam de tom. O Governo não respondeu às exigências dos manifestantes e dos residentes”, disse à TVB um manifestante que falava com a cara parcialmente tapada.

Os líderes estudantis reforçaram o seu compromisso com um movimento pacífico. “[Violência] não é algo a que queiramos assistir. Apelamos aos ‘ocupantes’ que se mantenham pacíficos e fiéis aos princípios da não-violência e que sejam participantes responsáveis no movimento dos guarda-chuvas”, disse Lester Shum, da Federação de Estudantes de Hong Kong.

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