A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) informou nesta sexta-feira que deram negativos os resultados das análises realizadas às torres de refrigeração da empresa, na sequência do surto de Legionella ocorrido no concelho de Vila Franca de Xira. “Os resultados das nossas análises chegaram ontem à noite [quinta-feira] e são 100% negativos. Enviamos os resultados ao início da manhã de hoje para as autoridades a fim de sermos libertados de qualquer condicionamento que existisse nas nossas instalações”, adiantou hoje à agência Lusa o responsável da comunicação da SCC.
Nuno Pinto de Magalhães sublinhou que os resultados já foram rececionados pelo inspetor-geral do Ambiente, acrescentando que, face ao resultado negativo das análises, a Centralcer aguarda “a qualquer momento o levantamento de qualquer restrição ou condicionamento” imposto pelas autoridades à empresa situada na freguesia de Vialonga.
Na quinta-feira o inspetor-geral do Ambiente disse que tinham sido levantados os mandados sobre as empresas DanCake e Solvay, pelo que estas empresas podiam voltar a laborar, depois de uma paragem devido à infeção por Legionella, no concelho de Vila Franca de Xira.
Nuno Banza, inspetor-geral do Ambiente, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, explicou, na ocasião, que as duas empresas provaram ter realizado procedimentos, nomeadamente de limpeza das torres de refrigeração, que garantem a laboração sem colocar em risco a saúde pública ou o ambiente. Os casos que restam “serão levantados assim que as empresas comprovarem que cumprem as condições para poder laborar sem pôr em risco a saúde e o ambiente”, acrescentou.
Nuno Pinto de Magalhães explicou que, à semelhança da DanCake e da Solvay, a Centralcer foi obrigada a realizar análises em laboratórios credenciados e indicados pelas autoridades. “Os resultados das nossas análises é que só chegaram ontem à noite [quinta-feira] “, justificou o responsável pela comunicação da SCC.
Hoje, o diretor geral da saúde revelou que as bactérias encontradas em doentes com ‘legionella’ são semelhantes às detetadas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal. A revelação foi feita durante um encontro da task force para lidar com a infeção por Legionella que começou no dia 7 deste mês, em Vila Franca de Xira.
O presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), também presente no encontro com os jornalistas, reiterou que “existe semelhança entre a ‘legionella’ encontrada numa das torres de refrigeração da empresa Adubos de Portugal” e a detetada nos doentes. Contactada pela Lusa, a empresa Adubos de Portugal escusou-se a comentar o assunto.
Segundo um comunicado conjunto dos vários organismos que compõem esta task force, lido pelo diretor geral da Saúde, Francisco George, desde o início do surto registaram-se 336 casos de doença dos legionários, dos quais dez morreram. A doença do legionário, provocada pela bactéria Legionella pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.