A Solvay, uma das três empresas de Vila Franca de Xira cujas análises acusaram vestígios de Legionella, anunciou que a bactéria não foi identificada nos testes realizados por “laboratório independente”.

Em comunicado, a Solvay refere que “os resultados finais das análises” a que procedeu “em laboratório microbiológico acreditado, independente e sem conhecimento do nome da entidade à qual as águas pertenciam, acabam de revelar a ausência absoluta de Legionella de qualquer estirpe em todas as amostras colhidas” na empresa.

A empresa — cuja bandeira à entrada da fábrica se encontra a meia haste, ao lado da bandeira nacional –, indicou que voltou “a funcionar em plena normalidade” e garante que “cumpriu rápida e escrupulosamente todas as medidas cautelares indicadas pelas autoridades”.

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, revelou que as bactérias encontradas em doentes com Legionella são semelhantes às detetadas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal. A revelação foi feita durante um encontro da task force para lidar com o surto de infeção por Legionella que surgiu no dia sete deste mês, em Vila Franca de Xira, e já infetou 336 pessoas, dez das quais morreram.

Os dados das análises hoje revelados por Francisco George irão, junto do Ministério Público, ajudar no esclarecimento sobre a existência de um eventual crime ambiental em relação à empresa Adubos de Portugal, à qual o ministro do Ambiente tinha ordenado uma inspeção extraordinária no passado dia 11. Na quinta-feira, o inspetor-geral do Ambiente anunciou que tinham sido levantados os mandados sobre a DanCake e a Solvay, pelo que as torres de refrigeração destas empresas podiam voltar a laborar, depois de uma paragem devido à infeção por Legionella.

A doença do legionário, provocada pela bactéria Legionella pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

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