O procurador anticorrupção Pedro Horrach apresentou esta terça-feira perante o juiz José Castro um pedido de 19 anos e meio de prisão para o marido da Infanta Cristina, de Espanha, Iñaki Urdangarin, bem como a aplicação de uma multa de 3,5 milhões de euros por ser responsável por oito crimes, segundo o El Mundo. Para o sócio Diego Torres é pedida uma pena de prisão de 16 anos e meio. Já a Infanta Cristina é afastada deste rol de acusações e, no seu caso, apenas é pedida uma multa de cerca de 600 mil euros.

O Ministério Público espanhol afirmou, no documento entregue ao juiz, não ter provas que justifiquem a acusação da filha mais nova do Rei Juan Carlos, a Infanta Cristina. O procurador critica mesmo que as acusações até aqui feitas sobre a irmã mais nova do rei Filipe VI de Espanha, se baseiem em meras “suspeitas”. Mas, por ter utilizado indevidamente dinheiro público desviado pelo marido, é-lhe exigido o pagamento de uma multa de 587.413 mil euros, a título de indemnização.

E para evitar que a Infanta seja ouvida no tribunal, no banco dos réus, o procurador socorreu-se da “doutrina Botín”, uma jurisprudência, elaborada pelo Supremo Tribunal, que diz que um acusado só será julgado por delito fiscal se recair sobre este uma acusação pelo Ministério Público ou pelos diretamente afetados pelo processo (que façam uma acusação particular).

Num documento com perto de 600 páginas, Pedro Horrach pede ainda uma pena de prisão de 11 anos para Jaume Matas, o ex-presidente do governo das Ilhas Baleares e ex-ministro do Meio Ambiente, por vários alegados crimes de corrupção.

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O juiz José Castro decidirá nas próximas semanas para quando o início do julgamento a propósito deste caso “Nóos”.

Este escândalo de corrupção, que abalou a monarquia espanhola, envolve o marido da Infanta Cristina, Iñaki Urdangarin, suspeito de ter mais de seis milhões de euros de fundos públicos através do Instituto Nóos, uma sociedade desportiva sem fins lucrativos a que presidiu entre 2004 e 2006.

Com os argumentos da promoção do turismo, cultura e desporto, o instituto beneficiou de contratos milionários com os governos das ilhas Baleares e a Comunidade Valenciana e a de Madrid. Grande parte dos quase seis milhões de euros que o Nóos conseguiu dos cofres públicos entre 2004 e 2006 acabou nas contas bancárias de empresas privadas que eram propriedade de Urdangarin, como a Aizoon, e Diego Torres, ex-sócio de Urdangarin.