A decisão será conhecida ainda esta semana. Os sindicatos dos trabalhadores da TAP ponderam avançar com mais uma greve, desta vez de quatro dias, a ser marcada entre o Natal e a Passagem de Ano. Os 12 sindicatos querem ver suspenso o processo de privatização da empresa. Este ano a TAP já cancelou 700 voos devido à contestação dos trabalhadores.

Segundo o jornal Público, os pilotos devem decidir esta quarta-feira em assembleia geral se avançam com a greve para os dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro. Também os tripulantes decidirão ainda esta semana se será esta a forma de protesto.

Os trabalhadores contestam, assim, a privatização da TAP cujo processo foi relançado em novembro, quando o governo aprovou em conselho de ministros a venda de 66% do grupo, manifestando o interesse de retirar totalmente o Estado do capital.

Só em 1993 houve registo de uma paralisação tão prolongada. No ano passado, ainda foram convocados três dias de protestos, por causa dos cortes salariais previstos no Orçamento do Estado. Os trabalhadores recuaram quando o Governo decidiu discutir o assunto.

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Em 2014, a TAP cancelou mais de 700 voos por causa da paralisação dos pilotos, a 9 de agosto, e dos tripulantes, que prolongaram a contestação por quatro dias, a 30 de outubro, 1 e 30 de novembro e 2 de dezembro. Os tripulante voltam a parar já na sexta-feira e no domingo, mas afetando apenas a PGA.

A plataforma sindical defendeu, terça-feira na Assembleia da República perante a comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, que a empresa não deve ser privatizada porque não acontecerá a desejada recapitalização – uma vez que o Governo já assumiu que o potencial comprador não pagará muito mais do que o valor da dívida, que ronda os 1000 milhões de euros.

Os sindicatos entendem que a operação irá “reduzir a atividade e extrair valor da empresa”, afirmou o representante dos pilotos, dizendo mesmo que “a empresa não vai ser vendida, mas sim doada”. Do lado dos tripulantes, houve críticas de que “os trabalhadores não estão a ser ouvidos”.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, recebe hoje os trabalhadores de terra.