“Como em tudo na vida há situações de abusos, de exceção, que nos preocupam, mas tentando encontrar soluções que as minimizem e que os abusos sejam punidos para que não voltem a acontecer”, afirmou Aguiar-Branco.

O ministro respondia na comissão parlamentar de Defesa Nacional, depois de questionado pela deputada do BE Mariana Aiveca sobre as agressões de que foram vítimas três estudantes, por parte de outros dois alunos.

A deputada manifestou repúdio pela gravidade das agressões físicas, descrevendo “pauladas na cabeça, orelhas quase soltas, alunos espancados, alunos que fogem à noite para não serem punidos pela violação do código de silêncio”.

Mariana Aiveca defendeu a necessidade de “rever a cadeia hierárquica excessiva que permite os abusos”, frisando que o que está em causa é a segurança de crianças.

O ministro recusou que no Instituto dos Pupilos do Exército ocorram mais situações de violência do que em qualquer “escola pública com dimensão civil” e ironizou: “Se as situações como esta não fossem a exceção e sim a regra estaríamos perante pais monstruosos que teriam os filhos lá com vontade de os submeter a sevícias, a situações de livre arbítrio e de abuso de poderes”.

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José Pedro Aguiar-Branco disse que a gestão direta do Instituto compete ao Exército e que o ministério quis apurar com aquela estrutura “o que se passou” para “tentar encontrar formas de eliminar situações” de abuso.

O Instituto dos Pupilos do Exército abriu um processo de averiguações para apurar as circunstâncias em que três alunos foram agredidos fisicamente por outros estudantes do mesmo estabelecimento.

O Estado-Maior do Exército confirmou que três alunos do 6º ano foram agredidos fisicamente, na quinta-feira da semana passada, por outros alunos do mesmo estabelecimento, tendo um deles sido assistido no Hospital D. Estefânia, em Lisboa.

Dois estudantes foram suspensos no âmbito de um processo de averiguações que ainda decorre.