A Europol não está a participar nas investigações sobre o esquema de atribuição, alegadamente, ilegal de vistos Gold, esclareceu o diretor do Serviço Europeu de Polícia, Rob Wainwright, numa resposta enviada à deputada socialista Ana Gomes. Wainwright revelou, no entanto, que a Europol já comunicou às autoridades portuguesas estar disponível para prestar “todo o apoio necessário” nas investigações.

Rob Wainwright explicou que a polícia europeia “não tem mandado para investigar o caso”. Apenas o pode fazer se “a sua assistência for requisitada” pelas autoridades portuguesas, algo que, até ao momento, não aconteceu.

O diretor da Europol pronunciou-se, ainda, sobre o sistema de atribuição de vistos dourados, um modelo que considera ser, algo, “vulnerável”, pois pode abrir brechas para a “criação de esquemas de ‘lavagem’ de dinheiro” e “pode permitir a migração de pessoas suspeitas de terem cometido crimes financeiros para a Europa”.

“Estes riscos são bem conhecidos e entendidos pelas autoridades dos vários países e estão a ser combatidos com a implementação de medidas anticorrupção e outras contramedidas”, sustentou Robert Wainwright, antes de elogiar o papel das autoridades portuguesas na ‘Operação Labirinto’. “A ação significativa das autoridades portuguesas neste caso, através da detenção e prisão de vários suspeitos, é a prova da existência destas medidas”, que estão a apertar o cerco a este tipo de crimes.

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Entre os suspeitos de estarem no centro do esquema de atribuição, alegadamente, ilegal de vistos Gold, encontram-se Manuel Jarmela Palos, diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado e Maria Antónia Anes, secretária geral do ministério da Justiça.

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