O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, propôs hoje antecipar as legislativas para finais de 2015 se houver um acordo para a eleição presidencial no Parlamento, na próxima semana. “É um dever nacional eleger o Presidente e seria sensato acabarmos as negociações com os credores”, afirmou Samaras na televisão, acrescentando que nesse caso seria possível “encontrar uma data adequada para as eleições legislativas, mesmo no final de 2015”.

As legislativas estão previstas para junho de 2016, mas caso os deputados não consigam escolher o Chefe de Estado na terceira votação, o Parlamento será dissolvido, com a realização de legislativas logo a partir de janeiro. O partido Syriza, considerado de esquerda radical e contrário à austeridade em vigor, surge nas sondagens como favorito.

No início de dezembro, Samaras decidiu antecipar em dois meses a eleição do sucessor do Presidente Carolos Papoulias, cujo mandato termina em março. O candidato do Governo de coligação (conservadores e socialistas), o antigo comissário europeu Stavros Dimas, não conseguiu na primeira votação, realizada na passada quarta-feira, os votos suficientes. Está prevista uma segunda votação na terça-feira e continuam a ser necessários 200 votos para o eleger. Se isso não acontecer, há uma terceira votação no dia 29 e, nessa altura, são precisos apenas 180 votos, mas parece difícil para a maioria governamental conseguir os 20 deputados que faltam.

O Syriza já considerou que o apelo de Samaras é inútil. “Acima de tudo ele receia o julgamento do povo, mas não poderá evitá-lo”, indicou o partido em comunicado. A Grécia está sob assistência financeira internacional desde 2010, com dois empréstimos concedidos em troca de duras medidas de austeridade.

No final deste ano, vencia a parte europeia do resgate, que foi prolongada por mais dois meses, uma vez que a ‘troika’ de credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e as autoridades gregas ainda não ultrapassaram os desentendimentos que têm impedido a conclusão da quinta avaliação. O programa do FMI deve continuar até à primavera de 2016.

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