O ano está a terminar e os balanços chegam de todas as áreas, em texto ou em fotografias, com os grandes acontecimentos que marcaram 2014. Se pensarmos em assuntos dominantes, um deles será o dos direitos das mulheres, sob a voz de muitas protagonistas.

A menina-mulher Malala Yousafzai marcou 2014. O discurso proferido na ONU depois de ter sobrevivido a uma tentativa de homicídio por combatentes talibãs emocionou o mundo. O acesso das mulheres à educação é a luta da paquistanesa de 17 anos que, em outubro, recebeu o Prémio Nobel da Paz, tornando-se na pessoa mais jovem de sempre a receber a distinção.

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O mês de setembro acrescentou responsabilidades à vida e carreira de Emma Watson. A atriz tornou-se embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para os direitos das mulheres e, ao lado de Ban-Ki moon (secretário-geral da ONU), começou uma luta pela causa feminista.

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Nasceu o movimento “HeForShe” (em português, ele por ela), cujo objetivo é o de convidar os homens a lutarem pelos direitos das mulheres. Porque o feminismo “não é o ódio aos homens”, lembrou a atriz que protagonizou Hermione, na saga Harry Potter. Emma referiu no seu discurso que o “feminismo” é a “crença de que homens e mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais”. E lembrou aos presentes que ainda há um longo caminho a percorrer. “Nenhum país no mundo pode dizer que já tenha alcançado a plena igualdade de géneros”, reiterou.

O rapto de 219 meninas em abril no estado de Borno, na Nigéria, motivou um movimento global. As raparigas foram raptadas dos dormitórios de uma escola em Chibok por membros extremistas do grupo islâmico Boko Haram. O líder do grupo, Abubakar Shekau, chegou mesmo a ameaçar vender as meninas como noivas escravas.

O mundo lançou uma campanha intitulada “Bring Back Our Girls” (Tragam as nossas meninas de volta) para pressionar a libertação. O movimento foi abraçado por mulheres (e homens) nas redes sociais que, com a hashtag #BringBackOurGirls, mostraram o seu desagrado perante o rapto das meninas.

A educação no feminino tornou-se causa de luta. O rapto da Nigéria deu o mote para um vídeo feito pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional — em inglês, United States Agency for International Development (USAID).

No filme “Let Girls Learn” (em português: deixem as raparigas aprender), lançado em junho, há mensagens como “todas as raparigas devem ter o direito a aprender” e apresentam-se factos como “em todo o mundo há 62 milhões de raparigas que não vão à escola”. Várias figuras públicas como a cantora Alicia Keys e a atriz Anne Hathaway participaram no alerta.

A cantora Beyonce é feminista assumida. Em agosto deste ano, na cerimónia dos prémios MTV, atuou à frente de um ecrã onde se lia “Feminist” enquanto cantava a canção “Flawless”. A artista tem manifestado a sua opinião também em textos em várias publicações.

Beyonce critica sobretudo a diferença de rendimentos entre homens e mulheres. A cantora afirma que “a igualdade só será atingida quando homens e mulheres forem pagos de igual forma e respeitados de igual forma”. A exposição pública de Beyonce faz com que a mensagem feminista chegue a mais pessoas e até a outras figuras públicas — por exemplo, a cantora Taylor Swift também se diz feminista.

INGLEWOOD, CA - AUGUST 24:  Honoree Beyonce performs onstage during the 2014 MTV Video Music Awards at The Forum on August 24, 2014 in Inglewood, California.  (Photo by Michael Buckner/Getty Images)

Atuação de Beyonce nos Prémios MTV, agosto de 2014.