O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou esta terça-feira que foi registado um elevado nível de “conversas de teor terrorista” após o sequestro no café em Sydney, que terminou com três mortos, admitindo que se pode “considerar provável” um novo ataque.

“Um briefing fornecido hoje pelas agências de segurança indicou que tem havido um elevado nível de conversas de teor terrorista após o sequestro em Martin Place”, afirmou, após uma reunião com o seu Comité de Segurança Nacional.

O autor do sequestro, Man Haron Monis, um iraniano de 50 anos a quem foi concedido asilo político na Austrália em 1996, foi uma das pessoas mortas, juntamente com dois reféns, quando a polícia irrompeu pelo café do centro de Sydney na terça-feira da semana passada para libertar 17 reféns.

A Austrália elevou, em setembro último, o nível de alerta terrorista de “médio” para “alto” pela primeira vez em dez anos. “Neste nível, um ataque é provável”, disse Abbott. “Não sabemos quando ou como um ataque pode acontecer, mas sabemos que há pessoas com a intenção e capacidade para levar a cabo outros ataques”, afirmou.

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A participação de tropas australianas em missões contra os ‘jihadistas’ no norte do Iraque e na Síria e os receios relativamente ao regresso de extremistas nascidos na Austrália ou com passaporte do país que combatem nas fileiras do Estado Islâmico (EI) foram duas das razões invocadas.

Segundo as estimativas de Camberra, participam em combates na Síria e no Iraque mais de 160 australianos, dos quais pelo menos 20 conseguiram regressar ao país, cuja legislação prevê penas de até 20 anos de cadeia para os cidadãos que se envolvem em conflitos armados no estrangeiro.

As autoridades australianas têm levado a cabo inúmeros ‘raides’ policiais, de grande aparato e dimensão, nas principais cidades no quadro da luta contra presumíveis terroristas.