A 20 de setembro, Emma Watson discursava para mundo ver e ouvir. A já eleita embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas falou durante pouco mais de dez minutos sobre questões tidas como fraturantes. Mais do que isso, assumiu-se como feminista. Os frutos das palavras que tanto dividiram como emocionaram o mundo são conhecidos esta terça-feira: a atriz britânica Emma Watson foi eleita a celebridade feminista do ano 2014, numa votação conduzida pela fundação For Women e em parceria com a revista Cosmopolitan.

“Quanto mais eu falava de feminismo, mais me apercebia que lutar pelos direitos das mulheres era, demasiadas vezes, sinónimo de ódio masculino. Se há uma coisa que sei com certeza é que isto tem de parar. (…) Para que conste, feminismo é, por definição, a crença de que homens e mulheres deveriam ter direitos e oportunidades iguais”.

Discurso de Emma Watson, em setembro, na ONU

Longe da saga cinematográfica Harry Potter, que lhe concedeu fama à escala global, Watson tem sido reconhecida pelo seu trabalho em prol do feminismo. Seja disso exemplo a campanha que lançou, também em setembro último, de modo a promover a igualdade de género: He for She (“Ele por Ela”, em português) foi um convite à população masculina para se juntar na defesa dos direitos das mulheres.

Aos 24 anos, a feminista conseguiu ainda angariar o apoio de celebridades como Russell Crowe, com quem contracenou no filme Noé, Tom Hiddleston e Lena Dunham, os quais publicaram tweets em nome da respetiva campanha, numa tentativa de divulgar a causa.

Outras nomeadas eram nomes poderosos em diferentes áreas do entretenimento e da informação, dos quais são exemplo as atrizes Tina Fey e Meryl Streep, as cantoras Beyoncé e Cher e ainda a jornalista Ann Curry.

Este parece ser o ano do feminismo, com várias pessoas mais e menos conhecidas a darem a cara pelo nome que, muitas vezes, é erradamente conotado. Um bom exemplo é Malala Yousafzai, cujo discurso proferido na ONU, depois de ter sobrevivido a uma tentativa de homicídio por combatentes talibãs, marcou 2014. Entre as ideias defendidas estava o acesso das mulheres à educação — Malala recebeu o Prémio Nobel da Paz, tornando-se assim na pessoa mais jovem de sempre a receber a distinção.

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