O contabilista do Grupo Espírito Santo, Francisco Machado da Cruz, e o responsável pelo controlo financeiro do grupo, José Castella, vão ser ouvidos à porta fechada na comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão do Banco Espírito Santo e GES. A decisão vai atingir os próprios deputados, já que ficarão impedidos de revelar informação que venha a ser transmitida por aqueles dois antigos quadros do Grupo Espírito Santo (GES).
Os deputados aprovaram os requerimentos apresentados por estes dois responsáveis do GES que invocam o segredo de justiça relativo a processos crimes em investigação e do qual são arguidos, segundo revelou a deputada do CDS Cecília Meireles. Os dois quadros da ESI (Espírito Santo Internacional) são arguidos em processos a correr em Portugal e no Luxemburgo. A falsificação de contas da ESI está na origem do colapso do GES.
Os deputados salientam o caráter excecional desta decisão com a alternativa que seria a ausência de respostas. O presidente da comissão, Fernando Negrão, adianta que só se manterá a sessão fechada se houver resultados das audições à porta fechada. Se a audição não se revelar eficaz, as portas abrem-se à comunicação social, acrescentou.
Castella é ouvido esta quarta-feira e Machado da Cruz será ouvido na quinta-feira. Na próxima semana está agendada a audição de Isabel Almeida, ex-diretora financeira do BES, que também foi constituída arguida no processo relacionado com a Eurofin.
José Castella pediu ainda a reserva de imagem, ou seja, não pode ser fotografado. Não há imagens do controlador financeiro do grupo que era responsável pela gravação das reuniões do conselho superior do GES.