O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, sugeriu nesta quarta-feira ao líder socialista, António Costa, que o PS defenda João Proença para substituir o antigo ministro Silva Peneda na presidência do Conselho Económico e Social (CES).

Esta posição favorável à indicação de João Proença, ex-líder da UGT e ex-diretor de campanha de António José Seguro nas eleições primárias do PS, foi transmitida pelo próprio Carlos Silva aos jornalistas, após ter estado reunido com uma delegação da nova direção do PS liderada pelo seu secretário-geral, António Costa, encontro que durou uma hora e 45 minutos. Segundo Carlos Silva, António Costa não teve para já qualquer reação à sugestão do nome de João Proença, apenas tendo registado a posição da UGT.

“Quando o dr. Silva Peneda abandonar as suas funções de presidente do CES, para desempenhar o lugar de adjunto do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, coloca-se a questão da indicação do sucessor. E há um compromisso entre o PS, o PSD e o CDS que cabe agora ao PS a indicação de um nome para presidente da CES”, assim justificou o líder da UGT a sugestão que deixara ao líder socialista.

Em defesa de uma candidatura de João Proença, Carlos Silva salientou que “a UGT é uma casa que respeita aqueles que passaram por ela”. “Neste momento, no Secretariado Nacional do PS, está uma ex-dirigente da UGT Wanda Proença, uma mulher da casa. E João Proença é um homem da casa, foi secretário-geral da UGT durante 18 anos, fez compromissos com vários governos, conhece o diálogo social e tem uma boa relação com os parceiros empresariais. Mal de nós se não aproveitássemos a presença do secretário-geral do PS na sede da UGT para sugerir o nome de João Proença”, justificou Carlos Silva.

Carlos Silva, que foi um dos apoiantes mais aguerridos do ex-líder socialista António José Seguro, foi também interrogado se já tem as suas relações pessoais normalizadas com o atual líder do PS, António Costa. “Nunca tive relações desnormalizadas com o dr. António Costa. Aqui sou secretário-geral da UGT, mas todos sabemos que sou militante do PS. Nesse sentido, as minhas relações com o secretário-geral do PS, seja ele qual for, são de lealdade”, reagiu. Mas deixou uma advertência: “Mas não estou aqui para que esta central sindical sirva de patamar de combate a quem quer que seja. O combate é contra a austeridade, contra as políticas que arruínam os trabalhadores”, disse

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