“Cocoa, Florida. 3 de agosto de 1965. Quatro polícias observaram por diversas vezes cinco luzes em tons de laranja, branco e verde. (…) Quatro estavam dispostas em formato de diamante, uma estava mais afastada. (…) A polícia recebeu relatos de discos voadores a sobrevoarem os céus (…) Os objetos seguiram em direção a sul. (…) Nenhuma pista. Veredicto: Miragem”.
Não, não é o roteiro da emissão radiofónica da “Guerra dos Mundos”, de Orson Welles. É um relatório oficial da Força Aérea norte-americana e é apenas um entre 12.600 documentos relacionados com o Projeto Livro Azul (Project Blue Book, em inglês) – um estudo conduzido na Base Aérea de Wright-Patterson, no estado norte-americano de Ohio sobre potenciais ameaças internas e extraterrestres para a segurança nacional dos EUA.
Depois de anos de requerimentos ao abrigo da Lei de Liberdade de Informação, John Greenewald, um apaixonado por estas questões, decidiu tornar públicos os documentos entretanto “desclassificados” pelo Governo norte-americano na plataforma “The Black Vault” e que abrangem ainda outras duas investigações, o “Project Sign” e o “Project Grudge . É a primeira vez que uma coleção completa de documentos “desclassificados” com estas dimensões é reunida numa única base de dados na internet, escreve a Fox News.
O investigador juntou, então, mais de 130.000 páginas de casos em que pessoas garantiam ter visto um ou mais fenómenos estranhos. Ainda assim, a maioria dos casos investigados conheceu uma explicação lógica: os Objetos Voadores Não Identificados (OVNI) não passavam, afinal, de balões meteorológicos, meteoritos ou mísseis que, sobretudo durante a noite, rasgavam os céus e produziam barulhos e luzes estranhas.
No entanto, há uma boa notícia para os fãs das teorias da conspiração: há 701 incidentes que permanecem por explicar. Quanto ao “Projeto Livro Azul”, foi encerrado em 1969, por falta de resultados significativos.