O Estado Islâmico (EI) anunciou esta sexta-feira que uma norte-americana de 26 anos, oriunda do estado do Arizona e refém do grupo radical na Síria, foi morta depois de aviões jordanos que integram a coligação internacional contra os jiadistas terem atingido o edifício onde esta se encontrava.

Segundo o Washington Post, não foi possível verificar o anúncio do Estado Islâmico, nem mesmo se houve ataques levados a cabo pela força aérea jordana em Raqqa, a localização avançada pelo grupo jiadista. O EI divulgou fotos do edifício que terá sido atingido, mas não mostrou imagens da refém, Kayla Mueller, limitando-se a indicar, num comunicado, o seu número de telefone e outras informações pessoais.

Kayla Mueller mudou-se para a Turquia em 2012 para trabalhar numa organização humanitária na fronteira com a Síria que ajuda famílias vítimas da violência da guerra civil neste país. Em 2013 incorporou a equipa dos Médicos Sem Fronteiras espanhóis em Aleppo, onde foi raptada. A sua identidade não tinha sido ainda divulgada a pedido da família e do FBI. A família de Mueller recebeu um e-mail do Estado Islâmico com um pedido de resgate no valor de milhões de euros e a ameaça de morte caso o resgate não fosse pago.

Milhares manifestam-se na Jordânia 

Esta sexta-feira, milhares de jordanos manifestaram-se na capital, Amã, em apoio à resposta militar dada pelo Governo à morte do piloto jordano pelo Estado Islâmico esta semana.

Depois da morte de Moaz al-Kasasbeh, a Jordânia prometeu vingança e a intensificação da campanha contra o Estado Islâmico. Na quinta-feira, a força aérea jordana levou a cabo dezenas de ataques contra o grupo.

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A rainha Rania também esteve na manifestação, dizendo que o país estava “unido no terror”, de acordo com a BBC. Em resposta aos críticos internos que se opuseram ao envolvimento do país na luta contra o EI, a primeira-dama jordana disse: “Esta guerra é da Jordânia. É uma guerra de todos os muçulmanos. Não conseguimos vencer esta guerra sozinhos, mas é a nossa guerra.”

Na quarta-feira, o Estado Islâmico divulgou um vídeo em que mostrava o piloto jordano Moaz al-Kasasbeh a ser queimado vivo, dentro de uma jaula. Al-Kasasbeh tinha sido sequestrado pelos jiadistas em dezembro.

A Jordânia faz parte da coligação internacional contra o Estado Islâmico que no verão começou a atacar posições do grupo na Síria e no Iraque. Este país do Médio Oriente estava apenas envolvido na campanha na Síria, mas começou também a fazer ataques no Iraque.