O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou este domingo para o agravamento da situação política no Iémen e pediu o regresso do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, forçado a demitir-se pelos milicianos xiitas.
“A situação deteriorou-se seriamente. Os ‘houthis’ (milicianos xiitas) tomaram o poder, criando um vazio político. (…) A legitimidade do presidente Hadi deve ser restabelecida”, disse Ban Ki-moon aos jornalistas, depois de um encontro em Riade com o novo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul Aziz.
O Iémen vive uma crise política desde 22 de janeiro na sequência da renúncia do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e do seu Governo, dois dias depois da milícia xiita assumir o controlo do palácio presidencial.
Ban Ki-moon disse “acreditar que os ‘houthis’ e o ex-presidente Saleh minaram o processo de transição”, conduzido sob a liderança do presidente Hadi e interrompido desde que os milicianos xiitas armados entraram em Sanaa, a 21 de setembro passado.
“É importante que apoiemos plenamente o processo de diálogo”, disse o secretário-geral da ONU, que esteve em Riade para apresentar condolências ao rei Salman após a morte, a 23 de janeiro, do seu meio-irmão Abdullah.
Os ‘houthis’ anunciaram na sexta-feira a dissolução do parlamento e a criação de uma nova liderança para o país, medidas intensamente denunciadas pelos partidos políticos iemenitas, incluindo pelo partido do ex-presidente Ali Abdallah Saleh – que se tornou um aliado dos ‘houthis’ -, assim como pelas monarquias do Golfo.
Também o Conselho de Segurança da ONU se manifestou na sexta-feira “muito preocupado” com a situação no Iémen, pedindo a “todos os interessados, especialmente aos ‘houthis’, para respeitarem os acordos já alcançados para ultrapassar a crise”.
Num comunicado, os 15 países que integram o Conselho de Segurança da ONU pediram a “imediata libertação” do presidente, do primeiro-ministro e dos membros do Governo iemenita, que estão em prisão domiciliária.