O presidente da Galp considera que o que está a acontecer na Petrobras “é uma tragédia”. Ferreira de Oliveira, que falava esta segunda-feira na apresentação dos resultados anuais, começou por elogiar o profissionalismo e competência da parceira brasileira da Galp.

A Petrobrás, que é a operadora dos blocos de exploração e produção de petróleo onde a Galp tem participações, está envolvida num mega escândalo de corrupção, conhecido como o Lava Jato. Ferreira de Oliveira testemunhou que já viu executivos da Petrobrás a chorar, perante a situação de incerteza que se vive na empresa brasileira. Para o presidente da Galp, a culpa é um conjunto de “ovelhas negras” que está a “destruir” a reputação da melhor empresa do mundo de exploração em águas profundas.

O gestor assegura contudo que até agora a Galp não sentiu na atividade no Brasil qualquer dificuldade por parte da Petrobrás que tem sempre cumprido acima das expectativas, apesar de existirem já problemas ao nível dos fornecedores da petrolífera brasileira A Brasil é o principal foco de investimento e produção da Galp. Mais de 70% do investimento realizado no ano passado, e que foi superior a 1140 milhões de euros, teve como destino prioritário o desenvolvimento dos campos Lula/Iracema.

Questionado sobre o impacto da descida do preço de petróleo na política de investimentos em exploração, Ferreira de Oliveira, adianta que não irá alterar as operações em desenvolvimento este ano, mas admite que a Galp irá rever o o plano de investimentos, que será apresentado em março deste ano. Esclarece a este propósito que a empresa “não está desalinhada com o sentimento” do resto da indústria. Quando o preço do petróleo cai, as empresas apertam o investimento e ainda mais os custos.

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