O Sri Lanka pediu às Nações Unidas para adiarem um relatório sobre alegados crimes de guerra durante o conflito civil do país, de modo a permitir ao novo Governo completar a sua própria investigação.
O apelo foi apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros na quarta-feira em Washington, um dia antes de se reunir com John Kerry no Departamento de Estado.
Esta é a sua primeira visita aos Estados Unidos desde a inesperada vitória nas eleições presidenciais, em janeiro, de Maithripala Sirisena.
O anterior Presidente, Mahinda Rajapakse, recusou-se sempre a cooperar com as Nações Unidas no que toca às investigações sobre as acusações de que as forças governamentais mataram cerca de 40.000 civis tâmiles quando lutavam contra os separatistas.
A ONU estima que pelo menos 100.000 pessoas morreram no conflito entre 1972 e 2009.
O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU planeia publicar em março um relatório sobre o assunto.
No entanto, Samaraweera pediu que tal fosse adiado. “Estamos em vias de criar um mecanismo interno”, argumentou, garantindo que o pedido de adiamento não era apenas uma forma de ganhar tempo.
“Esperamos que possam aguardar até o nosso mecanismo estar a funcionar”, disse, afirmando que a investigação interna vai estar em funcionamento dentro de dois meses.
“Assim que o relatório estiver concluído, esperamos que procurem uma reposta por parte do nosso mecanismo doméstico. Ao contrário do Governo anterior, não estamos em negação e não dizemos que essas violações não aconteceram. Acreditamos que aconteceram”, disse.
Samaraweera assegurou que “aqueles que violaram os direitos humanos no Sri Lanka serão julgados através deste mecanismo” e afirmou que, “de modo a garantir que tal é feito de forma credível”, o Governo procura agora “assistência técnica” junto da comunidade internacional.