Jade, uma mulher que para além de trabalhar como dançarina exótica em clubes de swing, era também prostituta, e Sonia, outra ex-prostituta, desistiram esta segunda-feira dos processos de abuso sexual que tinham movido contra Dominique Strauss-Kahn. O antigo presidente do FMI está a ser julgado no caso Carlton que decorre em Lille e onde Strauss-Kahn e outras pessoas estão acusadas de proxenetismo. Várias associações de proteção dos direitos das prostitutas também desistiram dos processos.
“Temos a convicção que Strauss-Kahn tinha plena noção que as minhas clientes se estavam a prostituir. Mas esta convicção não é suficiente para constituir uma infração”, disse o advogado de Jade e Sonia ao anunciar que as duas mulheres desistiam das acusações contra o antigo líder do FMI. O advogado continua, no entanto, com o processo já que as outras duas prostitutas não desistem de acusar Strauss-Kahn. As associações de defesa dos direitos das prostitutas também saíram do caso e avisam que a utilização de “omertà” [código de silêncio da máfia italiana] está a “funcionar perfeitamente” neste caso, frisou o advogado das associações anti-proxenetismo.
Aquando a descrição de Jade em tribunal dos atos praticados com Strauss-Kahn, que aconteceu na semana passada no tribunal em Lille, o antigo presidente do FMI disse que “não estava a ser julgado pelas suas práticas sexuais” e que estava “horrorizado” por ser acusado de ter relações com prostitutas. Esta é a terceira e última semana do julgamento do caso Carlton.