É a retaliação à retaliação. Pelo menos 35 egípcios terão sido sequestrados na Líbia esta segunda-feira, depois de o Egito ter lançado ataques aéreos contra alvos do autoproclamado Estado Islâmico e de o grupo extremista islâmico que controla a capital líbia, Tripoli, ter dado um prazo de 48 horas aos egípcios para saírem do país.

De acordo com o jornal online Lybia Herald, homens armados fizeram rondas pelo país raptando dezenas de homens, a maioria camponeses. Os sequestradores não pertencerão diretamente ao Estado Islâmico, mas ao grupo terrorista Ansar Al-Sharia e a outros associados. O paradeiro das pessoas levadas pelos jihadistas é desconhecido.

O Egito reclama uma ação militar concertada da ONU na Líbia, país mergulhado em caos político onde funcionam dois governos com dois parlamentos diferentes e que tem sido terreno fértil ao crescimento dos movimentos extremistas de inspiração islâmica. Para tal, o chefe da diplomacia egípcia encontra-se em Nova Iorque para tentar negociar uma coligação mundial que combata a propagação do fundamentalismo naquele país.

“Devemos trabalhar juntos para combater o terrorismo”, afirmou o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi à rádio francesa Europe 1, considerando que “não há outra escolha”: o mundo terá de se unir para fazer face ao problema líbio, até porque, avisa, é “um grande perigo para a segurança e estabilidade não apenas para os líbios, mas também para os vizinhos e os europeus”.

Esta segunda-feira, a força aérea egípcia lançou ataques a alvos do Estado Islâmico que resultaram na morte de 64 militantes deste grupo extremista, responsável pela decapitação de 21 egípcios de religião cristã. Também as forças armadas líbias, apoiadas pelo governo reconhecido internacionalmente – o que está estabelecido em Tobruk – atacaram posições de jihadistas na cidade costeira de Derna.

Atualmente, a capital da Líbia, Tripoli, está nas mãos de uma milícia islamita, que lançou um ultimato a todos os egípcios para que abandonem o território líbio, sob pena de sofrerem consequências. Segundo o ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, são centenas de milhares os cidadãos daquele país que residem na Líbia, mas não se sabe ao certo quantos, porque a migração aumentou exponencialmente depois da revolução egípcia, em 2011.

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