Riccardo Tisci vestiu Kim Kardashian quando mais ninguém o quis fazer. É o próprio diretor criativo da Givenchy quem o diz numa entrevista ao site Details. “Eu visto pessoas mesmo que elas não tenham uma nomeação para os Óscares ou um álbum de música. Se são minhas amigas, respeito-as até ao fim. (…) Veja o Kanye e a Kim — no início, eu era o único [a vesti-los]”. Parece difícil de acreditar, mas houve um tempo em que a indústria da moda estava de costas voltadas para a socialite.

“Eu fui ‘assassinado’ por isso. Mas não me importei”, confessou Tisci a propósito da amizade com a estrela do reality show Keeping Up With The Kardashians — ela que “quebrou” a internet em novembro último quando posou praticamente nua para a Papermag. O certo é que a afinidade entre ambos já deu frutos, com o diretor criativo a desenhar o seu vestido de noiva: uma peça em renda branca com um longo véu em seda que cativou fãs e a imprensa internacional.

“Ela é uma rapariga querida”, acrescentou Riccardo Tisci, explicando que foi ele que, em conjunto com o rapper Kanye West, trabalhou duro para que Kim finalmente conquistasse o seu lugar na indústria. O esforço compensou: atualmente todos os designers ambicionam vestir a também bem-sucedida empresária que tem a seu cargo um império multimilionário (faz qualquer coisa como 2.500 euros por hora e tem 20 novos seguidores a cada minuto nas redes sociais). Para a Elle britânica, a título de exemplo, Kim é indiscutivelmente uma das mulheres mais influentes do mundo, cujo corpo curvilíneo tem ajudado a redefinir os padrões de beleza atuais.

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Mas nem todos olham com bons olhos para duo Tisci-Kardashian. É o que acontece com Kelly Cutrone, membro do júri do programa televisivo America’s Nex Top Model, que não os vê como um dos pares que mais influenciam a moda. “Acho que não têm qualquer influência no mundo da moda. A maior parte das pessoas que vêm os Kardashian [programa televisivo] não conseguem comprar Givenchy”, disse citada pelo Daily News. Cutrone tem também uma opinião vincada sobre o estilo pessoal de Kim: “A verdade é que Kim Kardashian não está a fazer nada de novo na moda. (…) Ela ainda nem usa [Vivienne] Westwood”. Não obstante, a socialite fez capa da edição norte-americana da Vogue no ano passado.

A relação complicada com a moda já antes deu que falar. Em 2012, a New York Magazine ponderava sobre o futuro de Kim Kardashian na indústria e dava conta que ela era seguida pela fashion police onde quer que fosse, com muitas críticas à mistura. A publicação destacava ainda rumores que diziam que Anna Wintour, a editora da edição norte-americana da Vogue, a “detestava” — algo que o representante da estrela de televisão veio mais tarde desmentir. Já nesse ano, o marido, Kanye, dava nas vistas pela paixão muito óbvia pelo universo das passarelas, apesar de o seu contributo ser posto em causa.

Ame-se ou odeie-se, Kim Kardashian é frequentemente tema de conversa e dificilmente se pode negar uma carreira na moda que já produziu os seus frutos, com boutiques, linhas de roupa e até perfumes com a sua assinatura a invadirem o mercado. A propósito disso, o jornalista Benjamin Wallace escreveu, ainda na New York Magazine, que o envolvimento de Kim na indústria está apenas relacionado com dinheiro: “Penso que ela vê na moda outra forma de fazer dinheiro. Não penso que ela alguma vez queira ir a um desfile de moda por amor às suas roupas. Ela vai querer ser paga por ir ao desfile”.

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