Hans-Werner Sinn, presidente do Ifo, defende que a Grécia devia fazer uma saída “ordeira” da zona euro. Através de um e-mail enviado à Bloomberg, o líder do mais importante think tank alemão refere que o abandono grego da região da moeda única devia ser acompanhado por uma moratória no pagamento da dívida pública, mas também daquela que pesa sobre os balanços dos bancos comerciais e do banco central grego, com o objetivo de baixar os respetivos níveis.

Entre as condições para o “Grexit”, como é apelidada a possibilidade de saída do país da zona euro, Hans-Werner Sinn inclui, também, um programa de assistência mais suave durante o período inicial de transição do euro para a nova moeda, destinado a atenuar o aumento do custo de importações de bens como os medicamentos, decorrente da desvalorização do dracma que seria consequência do abandono da moeda única europeia. O líder do Ifo advoga a possibilidade de ser organizado um programa de regresso do país à zona euro, desde que o país adotasse as reformas necessárias capazes de estabilizar a taxa de câmbio do dracma nos mercados.

O Ifo admite que a Grécia poderia manter um estatuto de “membro associado” do Eurosistema, constituído pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos bancos centrais nacionais dos Estados-membros da União Europeia que participam na área do euro, mas sem direito de voto.

Para o economista, o acordo celebrado na sexta-feira, durante a reunião do Eurogrupo, que deu ao Governo de Alexis Tsipras uma extensão de quatro meses no programa de financiamento ao país, “não é mais do que um analgésico para a doença grega e não vai ajudar o país a curá-la”. Hans-Werner Sinn admite que aquela decisão poderá dar tempo ao Executivo de Atenas para negociar um novo programa de ajuda externa, mas acredita que os financiamentos obtidos junto de outros Estados estará a evitar o urgente ajustamento de preços que considera ser necessário verificar-se na Grécia. “Os empréstimos estão apenas a adiar a admissão do falhanço”, refere o responsável do Ifo.

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