Em 2014, o Ministério Público recebeu quase três mil denúncias de suspeitas de branqueamento de capitais, refere o Diário Económico. Os números foram revelados ao jornal pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com uma fonte oficial da PGR, durante o ano passado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) recebeu 2.903 comunicações e instaurou 60 processos-crime. O número de denúncias, feitas por instituições bancárias ou por outras entidades não financeiras, revela um aumento de comunicações suspeitas e do número de processos-crime instaurados face ao ano de 2013. Nesse ano, foram reportados ao DCIAP 2.853 casos e foram instaurados 46 processos.

Segundo a mesma fonte, durante o ano passado, o Ministério Público pediu a suspensão de 43 operações bancárias suspeitas, comunicadas ao DCIAP em cumprimento da lei de prevenção e repressão do branqueamento de capitais (Lei nº 25/2008). Em 2013, foram feitas 39 suspensões.

A fonte oficial da PGR explicou ainda ao Económico que a denuncia de suspeitas de branqueamento de capital faz parte dos deveres das entidades financeiras e não financeiras previstas lei (instituições de crédito, empresas de investimento, sociedades gestoras de fundos de pensões, entre outras). Essas, têm o dever de informar o Ministério Público e a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária das transações e atividades financeiras consideradas suspeitas.

Foi uma destas denúncias que deu origem ao inquérito e à detenção do antigo primeiro-ministro José Sócrates, como lembra o Económico. Essa comunicação terá sido feita pela Caixa Geral de Depósitos ao Ministério Público, alertando para a transferência de vários milhares de euros para a conta bancária de Sócrates.

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