Nos últimos anos, os “telemóveis inteligentes” conquistaram o mercado das telecomunicações móveis. O vício dos smartphones parece ter-se enraizado na sociedade.

Mas enquanto alguns veem esta tecnologia como uma praga, um novo estudo — realizado por uma equipa de cientistas do Departamento de Medicina da Universidade de Friburgo, Suíça — descobriu pelo menos uma forma como o smartphone pode afetar positivamente o nosso cérebro.

Segundo a Quartz, o uso destes dispositivos resulta num aumento de atividade no córtex cerebral, em resposta à constante utilização do polegar, indicador e dedo médio. Ou seja, os três dedos que mais se associam ao uso do telemóvel. E esse aumento é maior em que usa smartphones comparativamente com quem usa modelos de telemóveis mais antigos, uma conclusão que passou pela comparação de imagens cerebrais entre ambos os casos.

As alterações ocorrem ao nível da estrutura cerebral e verificam-se logo após algumas semanas de utilização. Algo que não causa espanto aos cientistas, uma vez que o cérebro humano consegue reajustar-se de acordo com certas atividades no nosso quotidiano.

 

Smartphones e música. Qual a ligação?

Não. Ainda não está provado que ouvir música no telemóvel nos torna mais espertos. No estudo, publicado na revista Current Biology, a ligação é outra: os utilizadores de smartphones possuem um desenvolvimento cerebral semelhante ao dos músicos. Isto porque, em janeiro de 2004, foi realizado um estudo semelhante, no qual se comparou o nível de sensibilidade tátil entre não-músicos e pianistas profissionais.

A repetição constante de movimento dos dedos — quer nos pianistas, quer nos utilizadores de smartphones — é uma forma eficaz de estimular o cérebro. A Quartz indica mesmo que o “treino e aprendizagem através da atenção e reforço de estímulos pode levar a alterações na organização cortical que, por sua vez, melhora o desempenho percetual”.

Assim, a utilização de smartphones pode estimular e desenvolver o nosso córtex cerebral e, em teoria, tornar-nos mais inteligentes. Mas estamos ainda longe de provar que existe uma relação entre usar um smartphone e ser-se um génio.

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