O líder comunista negou hoje estar na ‘caça ao voto’, após uma audiência com o cardeal patriarca de Lisboa, e vincou que “todos os partidos têm católicos nas suas fileiras”, identificando convergência com a Igreja nos assuntos sociais.

Para Jerónimo de Sousa, foi “um encontro em que se prova que hoje em Portugal não existe um partido de católicos, mas que todos os partidos têm católicos nas suas fileiras”.

“Todos reconhecemos o papel da Igreja e dos católicos na sociedade. Não temos esse problema da caça ao voto porque, ao contrário do que muita gente pensa, por preconceito, temos nas nossas fileiras dezenas de milhares de militantes que são católicos. Tratou-se de um encontro institucional em que as eleições não estiveram presentes”, disse.

Segundo o secretário-geral do PCP, houve “convergência de opiniões em relação à necessidade de alterar o rumo desta política que produz e reproduz tanta injustiça e pobreza”.

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“Com as naturais diferenças que existem entre o PCP e a hierarquia católica, foi possível encontrar aqui pontos de vista comuns, formas de intervenção, a valorização de muito do sentimento de confiança e de esperança numa mudança, do valor da solidariedade, particularmente com os que menos têm e menos podem”, continuou.

O líder comunista frisou o “caráter institucional” da reunião com Manuel Clemente, no qual “se procurou a identificação daquilo que a Igreja e o PCP procuram no sentido de um país melhor, com mais justiça social, menos pobreza e menos desemprego, não se ficando apenas pela contemplação dos problemas, mas com intervenção concreta, junto das pessoas, dos cidadãos”.

Relativamente ao anúncio de mais um candidato presidencial, o empresário e antigo deputado socialista Henrique Neto, Jerónimo de Sousa voltou a rejeitar qualquer posicionamento antes do “devido tempo”.

“Independentemente da importância das presidenciais, a batalha das legislativas é a mais imediata e principal”, concluiu.