O copiloto do avião da GermanWings que se despenhou nos Alpes chamava-se Andreas Guenter Lubitz. Alemão, tinha 27 anos e, segundo uma nota do site do clube de pilotos LSC (Luftsportclub Westerwald), citada pelo The Wall Street Journal, “Andreas tornou-se membro do clube [LSC] ainda jovem, para cumprir o sonho de voar”. O procurador francês, Brice Robin, garante que ele esteve vivo e em silêncio até ao fim, depois de se trancar deliberadamente no cockpit e iniciar a descida do avião. Alemanha não lhe conhece quaisquer ligações a grupos terroristas.
Vários meios de comunicação internacionais, como o britânico The Telegraph, estão a publicar esta foto como sendo de Andreas Lubitz. Terá crescido na zona de Montabaur, na Alemanha.
https://twitter.com/LukeReuters/status/581065660375109632
As informações sobre quem era o copiloto estão a chegar aos poucos. O procurador francês, que nunca lhe chamou “terrorista”, assegurou, contudo, “não fazer ideia” de quais seriam as filiações religiosas ou políticas de Andreas Lubitz.
Citado pela Associated Press, o ministro da Administração Interna alemão, Thomas de Maiziere, garante que “não há quaisquer indicações de qualquer passado ligado a organizações terroristas”. As autoridades alemãs verificaram bases de dados policiais logo no dia do colapso do avião.
A declaração do ministro foi feita depois de o procurador francês encarregado da investigação à queda do Airbus 320 ter afirmado que o copiloto, Andreas Lubitz, estava sozinho aos comandos do avião e acionou deliberadamente a descida do aparelho, que acabou por embater numa montanha.
Segundo Maizière, depois do acidente, as forças de segurança da Alemanha investigaram o passado de todos os 150 ocupantes do avião em duas bases de dados, uma dos serviços secretos e outra da polícia federal. Essa investigação não deu qualquer resultado positivo para indícios de terrorismo.
“Vai ser tudo investigado”, disse o ministro, admitindo que, neste momento, os investigadores “estão concentrados no passado da pessoa que assumia o posto de copiloto” do voo 9225 entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha).
“Sonho de voar”
“Andreas tornou-se membro do clube [LSC] ainda jovem, para cumprir o sonho de voar”, pode ler-se numa nota que lamenta a morte de Andreas Lubitz, colocada num clube de pilotos de avião, o LSC. “Cumpriu o seu sonho, e agora pagou tão caro… com a sua vida”, acrescenta a nota.
Soube-se, na quarta-feira, também, que Andreas Lubitz tinha apenas 630 horas de voo e que se juntou às fileiras da GermanWings em setembro de 2013, vindo da formação pela Base Aérea da Lufthansa em Bremen. No entanto, em 2009, o co-piloto terá sofrido uma crise nervosa que o obrigou a interromper a sua formação por seis meses. A informação é dada pelo jornal alemão Der Speigel e aponta para um esgotamento ou mesmo depressão, algo que foi confirmado pelos amigos de Lubitz. Carsten Spohr, o CEO da Lufthansa, admitiu que este é um procedimento “que não é usual”, mas não adianta mais explicações.
Segundo a Associated Press, os seus conhecidos em Montabaur garantiram que Andreas Lubitz não mostrava qualquer sinal de depressão. “Transmitia um sentimento positivo”, afirmou um membro de um clube a que pertencia Andreas Lubitz, Peter Ruecker. “Estava feliz por ter o emprego na GermanWings e estava a dar-se bem”, acrescentou Peter Ruecker.
Andreas Lubitz terá tirado licença para conduzir ultra-leves ainda em jovem, foi formado na Base Aérea de Bremen e era um piloto certificado pela agência norte-americana Federal Aviation Administration (FAA).
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O procurador francês encarregado da investigação ao acidente, Brice Robin, já tinha afirmado que o copiloto, Andreas Lubitz, nascido a 18 de dezembro de 1987, não estava referenciado por terrorismo. O procurador apresentou esta quinta-feira as conclusões da análise à gravação dos sons do cockpit recuperada de uma das caixas negras do aparelho.
Em conferência de imprensa, em Marignane, sul de França, Robin afirmou que Lubitz recusou abrir a porta do cockpit ao piloto e acionou a descida do avião por uma “razão que ainda não é conhecida” dos investigadores, mas que “parece ser o desejo de destruir o avião”. Em busca de mais informações, os investigadores da polícia já se encontram em buscas à casa dos pais de Andreas Lubitz, em Montabaur (Alemanha).