O presidente da RTP, Gonçalo Reis, afirmou hoje que o papel da estação pública “não deve ser medido por audiências”, mas sim por fazer um “bom serviço público” e apoiar a produção audiovisual. Gonçalo Reis respondia a questões colocadas no almoço-debate promovido pelo IDL – Instituto Amardo da Costa, onde falou sobre “RTP: Do que falamos quando falamos de serviço público”.

Questionado sobre o impacto das audiências na RTP, o presidente da empresa disse que estas devem ser “um tema de reflexão e não um tema de submissão”. Para Gonçalo Reis, “nem tudo o que se mede conta e nem tudo o que se conta pode medir”, pelo que a RTP deve ser avaliada pelo seu papel de conteúdos diferenciados e de qualidade, um “bom serviço público”, que apoia “a produção audiovisual”.

Sobre os arquivos da RTP, o presidente disse que estes são “super acessíveis” e apontou que Luís Marinho, que era diretor de estratégia de grelha e tem “imenso pedigree“, vai “tratar de projetos em antena a partir do arquivo”.

Gonçalo Reis destacou que o enfoque da RTP no online é “estruturante”. Serviço público, aposta nas plataformas multimédia e eficiência económica e financeira são os três eixos definidos pela administração da RTP.

O presidente reiterou ainda que a criação de um Conselho Geral Independente (CGI), que supervisiona o Conselho de Administração (CA) da RTP, “é um grande ganho de civilização”, e apontou que foi o “primeiro presidente da RTP” a não ter qualquer contacto ou audiência prévia com o ministro da tutela, Miguel Poiares Maduro, antes de tomar posse.

Defendeu a necessidade de a RTP “estar distanciada das opções do Governo” e sublinhou que as atuais alterações em curso na estrutura organizativa da empresa foram feitas sem qualquer interferência externa. Noutros tempos, “era impensável que não houvesse nenhum contacto da administração a sugerir, validar nomes para a direção de informação”, salientou. E isso “é um ganho civilizacional”, acrescentou, sublinhando que é “preciso dar tempo ao tempo e deixar o modelo consolidar”.

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