Uma equipa de minas e armadilhas da GNR está a investigar as causas do rebentamento de uma bola (foguete) em Constance, Marco de Canaveses, que hoje matou um jovem de 21 anos, informou fonte dos bombeiros.

O 2.º comandante dos Bombeiros de Marco de Canaveses, Rui Vasconcelos, disse à agência Lusa que o jovem foi atingido “em cheio” na cabeça pelo rebentamento da balona.

Segundo Rui Vasconcelos, o rebentamento causou ainda ferimentos a um outro jovem, que foi transportado ao hospital mas que se encontra “estável e livre de perigo”.

Tanto a vítima mortal como o ferido são da freguesia de Sobretâmega, em Marco de Canaveses.

Os bombeiros foram alertados cerca das 10h:00.

O fogo estava a ser lançado para assinalar a visita pascal a uma casa no lugar de Ladário, em Constance.

O lançamento teria sido encomendado pelos donos a casa a uma fábrica de pirotecnia do concelho.

“Alguma coisa não correu bem com uma balona, o jovem terá ido ver o que se passava e foi atingindo em cheio na cabeça pelo rebentamento, tendo morte imediata”, acrescentou Rui Vsconcelos.

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O cadáver já foi removido para o Instituto de Medicina Legal no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, para autópsia.

Falha na segurança

Entretanto, a Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) defendeu que a morte de um jovem na sequência do rebentamento de um tubo de fogo, poderá ter resultado da “falha” dos procedimentos de segurança.

“Algum procedimento de segurança falhou antes, durante e depois do lançamento do dispositivo pirotécnico. Ou, por algum motivo, os jovens não se aperceberam que os tubos já tinham sido ativados e foram espreitar para ver se estava tudo bem, ou teria havido a projeção do material e a peça não saiu na sequência normal, por algum atraso pirotécnico, e pensaram que já não existiria perigo e aproximaram-se”, explicou à agência Lusa o presidente da ANEPE, António Rodrigues.

De acordo com o comandante da GNR local, o jovem estaria junto ao tubo quando aquele foi ativado à distância.

“O tubo estava no chão e prestes a ser ativado quando o jovem meteu a cabeça à frente e foi atingido pelo fogo”, explicou o comandante Rui Pinto.

“Uma pessoa com o mínimo de conhecimentos e formação nesta área não se aproxima dos tubos nem nunca espreita”, explicou António Rodrigues.

O presidente da ANEPE explicou que em Portugal “existe pouca legislação” a regular o setor mas adiantou que “existem instruções de utilização deste material produzida pela própria associação que descreve os procedimentos, mínimos, a ter no manuseamento destes explosivos”.

Os dispositivos de lançamento são colocados numa zona vedada por fita sinalizadora é recomendado que, após o lançamento, seja respeitado um período entre 15 a 20 minutos, no mínimo, para uma aproximação aos tubos do fogo de artifício.

António Rodrigues adiantou que “são dispositivos mais seguros” que os foguetes tradicionais e que, por ano, ocorrerão “menos de meia dúzia deste tipo de acidentes”.

“Ocorreram mais acidentes quando há cerca de 10 anos se fez a transição do foguete tradicional para este material. É um artigo pirotécnico mais seguro logo à partida por garantir uma distância entre o operador e o fogo, que pode ser iniciado a vários metros ou até quilómetros, por via eletrónica”, explicou.

Segundo António Rodrigues a formação para o manuseamento deste material “é assegurando pelas empresas fabricantes, bem como a emissão da respetiva credencial de lançador de fogo de artifício”.

“Cabe à PSP confirmar a credenciação emitida pelas empresas fabricantes”, frisou.