O Banco Santander desmente ter feito uma oferta para o Novo Banco inferior a 2000 milhões de euros. Segundo o Expresso Diário, o grupo espanhol terá oferecido menos de dois mil milhões de euros pela entidade liderada por Eduardo Stock da Cunha. De acordo com o jornal, o Banco de Portugal, que está a conduzir o processo de alienação do Novo Banco, deverá considerar o valor adiantado pelos investidores espanhóis como demasiado baixo, numa fase em que as propostas colocadas em cima da mesa não são, ainda, vinculativas. No entanto, fonte oficial do Banco Santander afirmou ao Observador que “o número não corresponde à verdade”.
Esta informação surge depois de se saber que o BPI terá sido afastado, ainda de forma preliminar, da corrida por ter apresentado uma oferta demasiado baixa. Embora o banco ainda possa contestar esta decisão, as cinco propostas que deverão ser validadas na pré-qualificação não incluem para já, a instituição liderada por Fernando Ulrich. A decisão sobre as propostas que passam para a próxima fase, quando será realizada a due dilligence à situação financeira do Novo Banco e a oferta vinculativa, deverá ser tomada até final da próxima semana.
O grupo de instituições interessadas no banco bom que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES) tem vindo a reduzir-se. No final do ano passado, foram apresentadas 17 manifestações de interesse, mas só terá havido sete propostas não vinculativas, das quais cinco passarão à próxima fase. Para além do Santander, cuja oferta foi feita via Espanha, estarão ainda na corrida a Fosun, dona da Fidelidade, e Anbang, as duas de origem chinesa, e a Apollo (dona da Tranquilidade) e Cerberus, com sede nos Estados Unidos. A identidade dos candidatos não é conhecida devida ao acordo de confidencialidade imposto pelo vendedor, o Fundo de Resolução. Uma quebra dessas regras poderá até ditar a desclassificação do candidato.
O valor investido no capital social do Novo Banco, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo, atingiu 4,9 milhões de euros. Qualquer valor abaixo desse montante representa um prejuízo, sendo que se for inferior aos 3900 milhões de euros emprestados pelo Estado, os bancos terão de encontrar alternativas para reembolsar. O empréstimo vence em agosto de 2016, data final para a venda do Novo Banco. Para além dos fundos injetados pelo Estado, a banca foi responsável pelo resto do capital do Novo Banco, através de dotações para o Fundo de Resolução e de um empréstimo realizado expressamente para este efeito.