Um povo marinheiro. Um povo do mar. A vida dos Bajau é flutuar na água e pescar durante todo o dia e noite. Não sabem as idades que têm porque nada importa mais que o presente. Também não sabem ler nem escrever, mas deslizam por cima dos recifes de corais. Encontraram a liberdade nas águas do Bornéu: alguns deles aguentam 13 minutos debaixo de água sem vir à tona respirar. E é por isso que todos lhes chamam “ciganos do mar”.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Cell, essa capacidade de permanecer tanto tempo debaixo de água por causa de uma adaptação genética resultante num baço muito maior que o comum na generalidade dos humanos. O baço dos ciganos do mar é 5% maior do que o baço das pessoas populações vizinhas. E isso é revelador porque o baço está relacionado com a capacidade de os humanos poderem manter-se submersos: é por isto que atingem regularmente profundidades de cerca de 70 metros para caçar peixes com recurso a apenas uma lança, pesos e óculos de madeira.
Adaptação genética de ‘ciganos do mar’ explica capacidade invulgar de mergulho
Como explica o estudo, o baço tem um papel no prolongamento do tempo de mergulho porque se contrai quando o corpo é submergido e lança glóbulos vermelhos oxigenados na circulação, produzindo um aumento de 9% no oxigénio que chega às células. Foi Melissa Ilardo, investigadora da Universidade de Copenhaga, que o descobriu depois de ter recolhido amostras de ADN e ter feito ecografias tanto aos ciganos do mar como às tribos vizinhas.
O estudo concluiu que os ciganos do mar têm um gene chamado PDE10A que controla os níveis de uma hormona, a T4. A seguir, a hormona é armazenada na tiróide. Esse gene não existe na tribo vizinha destas, os Saluan.
Estas fotografias pertencem a Réhahn, um fotógrafo francês de 35 anos, que “viaja para conhecer pessoas e capturar os momentos mais naturais das gentes com quem se tem cruzado”, como descreve o site do artista. Em 2007, Réhahn apaixonou-se pelo Vietname. Tanto que largou a vida pacata que tinha em França para se embrenhar em Hoi An. Desde então, o fotógrafo percorre a região de mota. Conheça esta e outras aventuras de Réhahn no Facebook do artista.