Fez notícia por todo o mundo e não é a primeira vez. Josephine Witt tem 21 anos, estuda Filosofia, e esta quarta-feira saltou para cima da mesa onde Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, dava uma conferência de imprensa com papéis, confetti e seis palavras de ordem: “acabem com a ditadura no BCE”. Na t-shirt preta que usava, podia ler-se dick-tatorship, ou seja, ditadura do pénis.

As fotografias não se fizeram esperar e as notícias começaram a proliferar na imprensa internacional. Quem era a jovem levada em braços pelos seguranças, que estava armada com um sorriso e um sinal de vitória nas mãos? A resposta chegou pela mão da própria, no Twitter, onde escreveu que a segurança do BCE era tão boa como a de Putin.

Durante o protesto, a jovem atirou várias cópias de um documento, onde se refere ao BCE como “Mestre do Universo”, afirmando que é apenas uma borboleta que lhe está a enviar uma mensagem. “A dívida do BCE ainda não foi paga”, termina.

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Josephine Witt é uma ativista do grupo feminista FEMEN e não é a primeira vez que as suas intervenções fazem notícia. No protesto desta quarta-feira, não agiu em nome de nenhum grupo, mas sozinha, como escreveu no Twitter. “Considero-me uma ativista freelancer”, escreveu.

O BCE já comunicou que está a investigar o incidente e que Josephine Witt tinha conseguido entrar na conferência de imprensa, porque se tinha registado como jornalista de um órgão noticioso que, afinal, não representa. Ao The Telegraph, a jovem disse que fingiu estar a trabalhar para a Vice Media, por saber que eles contratam muitos jornalistas jovens.

“[Draghi] impõe políticas na sociedade que são completamente antidemocráticas”, disse a jovem, acrescentando que o presidente do BCE nunca teve um mandato, porque nunca foi a votos.

Uma amiga da jovem disse à mesma publicação que Josephine quer “paz e felicidade para as nossas vidas, para a Grécia, e para todos os países à volta do Mar Mediterrâneo”, e que espera introduzir uma nova política que substitua a União Europeia, com “democracia, direitos civis, solidariedade e que não tenha fronteiras”.

O BCE avançou que, tal como qualquer outro visitante do BCE, Witt passou por todos os procedimentos de segurança: detetor de metais, verificação da identidade e a sua mala passou por um sistema de raios x, antes de entrar na conferência de imprensa.

Em dezembro de 2014, Josephine Witt foi multada em 1.500 dólares por ter protestado em topless numa igreja em Colónia, Alemanha. O protesto ocorreu no dia de Natal, em 2013, e Josephine afirmou que não tinha querido incomodar ninguém e que Jesus também estava de tronco nu na cruz.