A decisão de se retirar do programa humorístico, depois de 16 anos no papel de apresentador, deixou a América liberal de luto. É mais ou menos isto o que escreve o britânico The Guardian, num artigo /entrevista sobre os motivos que levaram Jon Stewart a deixar vago o trono do The Daily Show.

As razões que justificam o fim do “trabalho mais perfeito do mundo”, tal como o comediante o chegou a descrever, deixaram muitos fãs estupefactos: afinal o navio não estava a afundar, nem nada que se pareça, apenas o desejo de estar à frente do programa já não era o mesmo.

A saída que aconteceu antes de uma eleição é vista por Stewart como o fim de uma longa relação. “Não é que eu tenha pensado que o programa já não estava a funcionar ou que eu não o sabia fazer. Foi mais ‘Sim, está a funcionar. Mas não estou a ter a mesma satisfação'”, disse citado pelo Guardian. “As coisas são cíclicas. (…) Os ciclos tornam-se cada vez maiores e, talvez, mais enraizados”, acrescentou.

Stewart foi mais longe e comentou que o “valor do programa é muito mais profundo do que a minha contribuição”. No entanto, coube à autora do artigo, Hadley Freeman, lembrar que além de apresentador, o comediante também tem o hábito de estar envolvido nos guiões, escrevendo e reescrevendo os rascunhos até ao último minuto. Sem ele as coisas vão ser, certamente, diferentes.

A cara do programa que já se tornou um hábito muito além das fronteiras norte-americanas desvalorizou — como quem diz desdramatizou — a sua saída: “Se a Oprah pode sair e o mundo continua a rodar, honestamente acho que ele vai sobreviver sem mim”. Depois de 16 anos, Stewart vai agora ser substituído pelo sul-africano Trevor Noah, de 31 anos.

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