O conselho de administração do BPI decidiu dar um passo de cada vez. “Vamos esperar que a OPA siga o seu caminho e chegue ao fim antes de avaliar outras operações”, como a fusão com o BCP que é proposta pelo segundo maior acionista. Fernando Ulrich sublinha que o desfecho da oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI também é relevante para o BCP. “Até ao desfecho da oferta, o BCP não sabe com quem estaria a negociar. Penso que tem alguma lógica dar um passo de cada vez”.

Fernando Ulrich, que está esta quinta-feira a apresentar os resultados do primeiro trimestre, salienta ainda que uma operação de fusão tem de ser decidida pelos acionistas em assembleia geral. “Não é um tema para a gestão, mas sim estratégico”. O presidente do BPI recusa contudo comentar se a gestão do banco estará mais próxima do acionista espanhol do que do angolano, a Santoro de Isabel dos Santos, que pretende estudar uma fusão em alternativa à OPA. “Este caminho permite todas as opções”,

Sobre o adiamento da votação da desblindagem dos estatutos do BPI, aprovada em assembleia-geral,, Fernando Ulrich sublinha que a OPA está numa fase importante de obtenção das autorizações dos reguladores, da qual depende o registo da oferta do CaixaBank. Para este responsável, esta “situação não cria atraso nenhum na oferta, não era isso que estava a condicionar o ritmo da oferta. O que está a condicionar são as autorizações.

Fernando Ulrich assegura que a OPA não afeta a gestão do banco e o funcionamento do banco. “Nada disto perturba o banco”, ao contrário do que aconteceria se a OPA fosse lançada por um banco concorrente. “Estamos perante uma oferta lançada por alguém em casa. Não mudou nada. O banco segue tranquilo, mas temos curiosidade” em conhecer o desfecho.

Na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, Fernando Ulrich destacou o peso de Angola nos lucros de 30,9 milhões de euros, sublinhando que o BFA (Banco de Fomento Angola) é o banco mais lucrativo e com maior rentabilidade do espaço dos bancos portugueses. Já sobre a solução que o BPI vai promover para resolver a exposição ao banco angolano e o impacto nos rácios, pelas novas regras europeias, o gestor diz que é matéria confidencial e não adianta mais detalhes. Mas isso não afeta o BFA que lucrou 246 milhões de euros em 2014 e 32,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2015.

 

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