Embora os nascimentos continuem em queda, fique a saber que Portugal está entre os melhores países para se ser mãe. De acordo com a organização não-governamental Save the Children, Portugal surge em 16º lugar numa lista de 179 países liderada pelos nórdicos, com a Noruega à cabeça.

Segundo o relatório State of the World’s Mothers 2015, divulgado esta terça-feira, em 2013, uma em cada 8.800 mulheres corria o risco de morrer durante a gravidez ou o parto em Portugal e registaram-se, em média, 3,8 mortes até aos cinco anos de idade, por cada mil nascimentos. De resto, as crianças portuguesas estudam 16,3 anos, em termos médios, e o rendimento anual a que cada mulher tem acesso ronda os 19 mil euros brutos. Quanto à presença feminina no Governo, outro dos critérios levados em conta na elaboração deste ranking, em Portugal perto de um terço (31,3%) dos lugares governamentais são ocupados por mulheres.

Saliente-se, contudo, que Portugal tem estado a cair nesta lista. Em 2014, o país ocupava o 14º lugar e no ano anterior o 13º lugar. Mas, ainda assim, segue à frente de países como o Canadá (20º lugar), a França (23º), o Reino Unido (24º) e os Estados Unidos (33º). Nesta lista encabeçada por países escandinavos, no top 10 só há um país fora da Europa — a Austrália, em 9º lugar.

Mas o que separa, afinal, Portugal do país mais bem classificado? Ora veja: na Noruega, uma em cada 14.900 mulheres corria, em 2013, o risco de morrer por complicações durante a gravidez ou o parto; a mortalidade infantil até aos cinco anos ficava-se pelas 2,8 crianças em 1.000 nascimentos, naquele mesmo ano, e as crianças estudam, em média, 17,5 anos. Já o rendimento anual das mulheres disparava para perto de 92 mil euros por ano, com o sexo feminino a ocupar 39,6% dos cargos governamentais.

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No conjunto dos países da União Europeia, o que surge em pior posição é a Roménia (66º). Neste país, em cada 2.100 mulheres uma corre o risco de falecer durante a gravidez ou o parto e 12 crianças, em cada 1.000 nascimentos, morrem antes de completar cinco anos de idade. Os rendimentos médios brutos anuais das mulheres não ultrapassam os 8.130 euros e as crianças estudam, em média, 14,2 anos. No Governo 12% dos lugares são ocupados por mulheres.

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O último país deste ranking é a Somália. E com este, as comparações são impressionantes. Uma em cada 18 mulheres corre o risco de morrer durante a gravidez ou o parto e 145,6 crianças, por cada 1.000 nascimentos, não chegam aos cinco anos.

Neste relatório, a Save the Children destaca que, nos países mais desenvolvidos, as crianças pobres que vivem em meios urbanos têm, pelo menos, duas vezes mais probabilidades de morrer do que as crianças mais ricas que vivem nesses mesmos centros.

A organização chama ainda a atenção para a realidade global, referindo que, todos os dias, morrem 17 mil crianças com menos de cinco anos de idade. “Cada vez mais essas mortes evitáveis ocorrem em favelas, onde a sobrelotação e as más condições sanitárias existem ao lado de arranha-céus e centros comerciais”, lê-se no estudo.

Para a construção deste ranking foram considerados cinco indicadores: o risco de morte da mãe, a mortalidade infantil abaixo dos cinco anos de idade, o nível de educação, o rendimento anual bruto disponível para as mulheres e a percentagem de cargos ocupados por pessoas do sexo feminino nos governos.