Esta terça-feira, os feixes de protões que circulam nos 27 quilómetros do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) do CERN (Laboratório Europeu para a Investigação Nuclear) voltaram a colidir. Esta é mais uma etapa da fase de preparação do maior acelerador de partículas que se espera que esteja em pleno funcionamento em junho deste ano.

No início do mês de abril o LHC foi reativado, depois de dois anos parado para trabalhos de manutenção, reparação e melhoramento. Ao longo de oito semanas passará por várias fases de teste para confirmar se está apto a começar a recolher dados em junho. Esta terça-feira, os feixes que colidiram tinham uma energia de 450 gigaelectrão-volt (GeV) cada, apenas um pequeno ensaio para uma energia que se espera vir a atingir os 13 TeV (nos dois feixes conjugados), ou seja, 13.000 GeV.

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Ainda que com uma energia baixa, foi possível às quatro experiências associadas ao acelerador de partículas – ALICE, ATLAS, CMS and LHCb – ajustar os respetivos detetores, lê-se na página do CERN. Cada colisão origina uma “chuva de partículas” que atravessa as várias camadas de cada experiência. Com estes ensaios as equipas podem simular as trajetórias das partículas e alinhar e sincronizar os subdetetores para recolherem a maior e melhor quantidade de dados possível.

Antes de as experiências começarem a recolher dados para analisar o acelerador vai testar a colisão de partículas a uma energia de 13TeV. Será a primeira vez que um acelerador atinge esta energia e foi para o poder fazer que esteve dois anos em manutenção. Antes de ser desligado, em fevereiro de 2013, o acelerador atingia pouco mais de metade dessa energia (8 TeV). Mas mesmo assim foi possível encontrar o Bosão de Higgs – uma partícula fundamental, que dá massa às outras partículas, e cuja descoberta valeu o prémio Nobel da Física em 2013 a Peter Higgs e François Englert.

Com o aumento da energia, aumentam o número de colisões por segundo. E quanto maior o número de colisões, maior a probabilidade de se encontrarem partículas ainda desconhecidas dos cientistas. As expectativas é que nesta nova fase, o acelerador que se encontra enterrado a 100 metros de profundidade na fronteira de França e Suíça, consiga fornecer mais informações sobre energia escura – a força que se pensa fazer o universo expandir cada vez mais depressa – e matéria escura – que compõe a maior parte do universo.