Os representantes dos diretores editoriais dos órgãos de comunicação social reuniram esta terça-feira com os líderes parlamentares do PSD e CDS-PP para transmitir a sua posição sobre a lei da cobertura das eleições. Em declarações à Lusa, o diretor da Visão, Pedro Camacho, confirma que “foram recebidos a convite do CDS-PP e PSD para transmitir a posição de 20 diretores editoriais”, que já foram expressas em dois comunicados, afirmou Pedro Camacho.

“Transmitimos as nossas preocupações, ouvimos os partidos, [este] é um processo que não está fechado”, acrescentou o diretor da revista Visão. O encontro permitiu “formalizar o que já tinha sido escrito em dois comunicados”, e tanto o PSD como o CDS-PP foram “sensíveis às nossas preocupações”, referiu.

Pedro Camacho defendeu a importância de haver uma posição conjunta de 20 diretores de informação, o que demonstra a relevância do assunto. Para o diretor da Visão, a atual lei tem uma “série de constrangimentos” que impede de informar de forma livre e esclarecedora, “é uma lei marcada pelo tempo”.

Os representantes dos diretores esperam que o “legislador consiga produzir uma boa lei, mais eficaz e mais justa”.

O grupo de representantes dos diretores editoriais é composto por Pedro Camacho, diretor da revista Visão, José Alberto Carvalho, diretor-geral da TVI, e Graça Franco, diretora de informação da Rádio Renascença.

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Na semana passada, os 20 diretores de informação dos media portugueses tomaram uma posição conjunta crítica em relação ao novo projeto de diploma de cobertura das eleições da maioria PSD/CDS-PP, considerando que, apesar de ter sido eliminada a intenção de controlo prévio dos planos, este continua a “condicionar a liberdade editorial”.

Para os responsáveis editoriais, o novo projeto “mantém a tentação de impor um freio às redações”, apontando que este remete para lógicas de “regra e esquadro, como se de tempo de antena partidário se tratasse”, considerando que “continua a confundir jornalismo e tempo de antena”. Consideram por isso que o novo projeto “representa um retrocesso” em relação à atual lei, que é de 1975 e anterior à Constituição.

Imposição de comportamentos aos jornalistas, limitações à liberdade editorial logo no período de pré-campanha e interferências nos critérios editoriais são alguns dos condicionalismos que estes diretores de informação criticam no novo projeto. Um dos exemplos dados é o dos debates. Os meios que os quiserem promover terão de “incluir todas as forças com representação parlamentar” nessa discussão.