Um sismo de magnitude de 7,3 na escala de Richter atingiu de novo o Nepal e já fez pelo menos 54 mortos e mais de 1.100 feridos, avança a CNN. O epicentro teve lugar entre Katmandu, a capital do país, e o Monte Evereste, junto à cidade de Namche Bazar.

A Cruz Vermelha do Canadá enviou para as redes sociais um vídeo do terramoto desta terça-feira no Nepal:

Este novo terramoto que atingiu o Nepal esta terça-feira teve o epicentro a leste de Katmandu, a cerca de 83 quilómetros de distância da capital do país, numa zona rural perto da fronteira com a China. Já o sismo de magnitude de 7,8 que atingiu a cidade há pouco mais de duas semanas (a 25 de abril) teve o epicentro a cerca de 80 quilómetros de Katmandu, mas a oeste, do qual resultaram pelo menos 8.000 mortos.

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“Os grandes terramotos são frequentemente seguidos por outros terramotos, por vezes tão grandes como o primeiro. Isto acontece porque o movimento produzido pelo primeiro tremor aumenta a pressão sobre outras falhas e desestabiliza-as. É uma reação em cadeia”, explica Carmen Solana, especialista em Vulcões da Universidade de Portsmouth (Reino Unido).

“Foi [um terramoto] muito grande e durou mais do que um minuto”, afirmou Rameshwor Dangal, um oficial nepalês. Os relatos, segundo a BBC, indicam que as multidões abandonaram os edifícios de Katmandu às 12h35, hora local (por volta das 07h30, hora de Lisboa).

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, afirmou não ter conhecimento de problemas com os portugueses que estão no Nepal, segundo a agência Lusa. Pelo menos oito portugueses estarão no país em atividades humanitárias — para ajudar a população nepalesa que está a sofrer muitas dificuldades depois do terramoto de magnitude de 7,8 ocorrido a 25 de abril passado e que já provocou mais de oito mil mortos –, ou profissionais.

José Cesário afirmou ao Observador que quase todos os portugueses que se encontravam no Nepal na altura do último sismo terão abandonado o país. Na altura, foi dado um alerta para que “todos saíssem do país, tendo ficado apenas alguns portugueses na região“. “Para todo os efeitos, os (portugueses) que tinham de sair, saíram e só ficaram efetivamente os que estão envolvidos em atividades sejam elas humanitárias ou profissional”, sublinhou José Cesário.

“Pode ser que algum deles dê alguma informação, entretanto, para a Índia (representação diplomática portuguesa que abrange a área geográfica do Nepal) ou para o gabinete de emergência consular (em Portugal)”, indicou ainda José Cesário.

A cidade de Katmandu encontra-se numa zona de grande actividade sísmica, sendo que a última vez que tinha sido destruída por um terramoto ainda mais agressivo fora em 1934.

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O sismo desta terça-feira, tal como o de 25 de Abril, voltou a ser sentido em Nova Deli, a capital da Índia, levando à interrupção da circulação do metropolitano por um período de 15 minutos. Na Índia já morreram 17 pessoas: 16 do estado de Bihar e uma de Uttar Pradesh, noticia a CNN.

O sismo também teve impacto na cidade de Dhaka, a capital do Bangladesh.

O terramoto fez-se sentir a uma profundidade de cerca de 18,5 quilómetros para o interior da Terra, de acordo com a US Geological Survey. O sismo anterior (a 25 de abril) apenas se fez sentir a 15 quilómetros de profundidade. Sendo que os terramotos mais superficiais tendem a ser mais propensos a causar mais danos à superfície do que os mais profundos.

O terramoto lançou de novo o pânico na capital nepalesa, de acordo com Annette Ekin, repórter da Al Jazeera. “A terra começou a mover-se. Toda a gente correu para as ruas e todas as lojas estão agora fechadas”, afirmou.

Segundo a agência Reuters, o porta-voz da Organização Internacional para a Migração terá relatado que vários edifícios ficaram destruídos em Chautara, a capital do distrito de Sindhupalchowk. Esse foi também o local onde houve mais vítimas mortais após o passado terramoto de magnitude de 7,8.