O ministro da Defesa reconheceu que a dívida do Estado para com os deficientes das Forças Armadas nunca será saldada, mas sublinhou o esforço que o atual Governo fez para tentar começar a pagá-la.

“Acredito, como repetidamente tenho dito, que o Estado tem uma dívida de gratidão para com os deficientes das Forças Armadas, uma dívida em incumprimento sistemático há vários anos”, afirmou o ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, numa intervenção na cerimónia de comemoração do 41.º Aniversário da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA).

Comparando a situação com o estado do país quando o atual Governo assumiu funções há quatro anos, Aguiar-Branco explicou: “Quando assumimos a responsabilidade de governação o Estado estava também quase em ‘default’ para com os deficientes das Forças Armadas”.

“O Ministério tentou fazer o mesmo que o Governo tentou fazer face aos seus credores: reconhecer a dívida, estabelecer um plano de ação e começar a pagá-la e, com isso, reforçar a confiança e a credibilidade junto dos credores, no caso os deficientes das Forças Armadas”, acrescentou.

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Em jeito de balanço dos últimos quatro anos, Aguiar-Branco lembrou que este foi um mandato “especialmente intenso nas emoções, exigente quanto à quantidade e qualidade das decisões a tomar, bem como na gestão das muitas e variadas solicitações da agenda ministerial”.

“Sei que não conseguimos saldar toda a dívida”, reconheceu, referindo-se à situação dos deficientes das Forças Armadas.

Contudo, acrescentou, ela também nunca estará paga, porque o que os deficientes das Forças Armadas fizeram “não tem preço”.

“Ou melhor, tem o maior dos preços: o preço de uma vida mutilada sem compensação integral”, sublinhou.

Na cerimónia do 41º aniversário da ADFA estiveram presentes, entre outros, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes de Estado-Maior dos três ramos, o antigo Presidente da República Ramalho Eanes e o candidato presidencial Sampaio da Nóvoa.