Os líderes do PSD e do CDS-PP vão assinar este sábado um acordo de coligação pré-eleitoral para as legislativas e assinalar o primeiro aniversário da saída da troika de Portugal, num jantar em Mesão Frio (Guimarães).

Esta será a primeira ocasião em que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas aparecem publicamente lado a lado desde que assinaram, no dia 25 de Abril, um compromisso com vista a uma coligação entre os dois partidos, que foi depois ratificado pelos Conselhos Nacionais de PSD e CDS-PP e será agora formalmente assinado.

No acordo de coligação que foi votado pelos conselheiros nacionais do PSD (aprovado por unanimidade) e do CDS-PP (uma abstenção) na madrugada de 30 de abril os dois partidos comprometem-se ainda a dialogar para apoiar “um candidato em comum” às presidenciais de 2015, “preferencialmente após as legislativas” deste ano, que se deverão realizar em outubro.

A expressão “preferencialmente” não constava do compromisso assinado antes pelos presidentes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, no qual estava previsto “o necessário diálogo” entre os dois partidos, para que, “depois das legislativas”, apoiassem “um candidato presidencial”.

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Esta será também a primeira vez que Passos e Portas aparecem juntos em público depois da polémica sobre a forma como o então ministro de Negócios Estrangeiros apresentou a sua demissão no verão de 2013. Numa biografia autorizada do primeiro-ministro, lançada na semana passada, é citada uma frase atribuída a Pedro Passos Coelho sobre o assunto: “Fui almoçar e quando ia a caminho da comissão permanente, às 15h, recebi um SMS do dr. Paulo Portas a dizer que tinha refletido muito e que se ia demitir”.

O gabinete de imprensa do CDS-PP esclareceu horas depois que Paulo Portas formalizou o seu pedido de demissão do Ministério dos Negócios Estrangeiros por carta e o líder do CDS-PP acabou por desvalorizar o episódio, dizendo que a coligação “está bem, recomenda-se e é para ganhar”.

Na sexta-feira, em entrevista ao semanário Sol, Passos Coelho reiterou o relato que da crise governativa de há dois anos na sua autobiografia autorizada, “Somos o que escolhemos ser”: “Quanto àquilo que se passou no verão de 2013, a versão que o livro narra e no que narra em discurso direto feito por mim corresponde à verdade”. O jantar em Mesão Frio servirá também para os líderes do PSD e do CDS-PP assinalarem em conjunto o primeiro aniversário da saída da troika de Portugal.

Pedro Passos Coelho anunciou a quatro de maio de 2014 a saída de Portugal do programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar. “Depois de uma profunda ponderação de todos os prós e contras, concluímos que esta é a melhor escolha na altura certa. É a escolha que defende mais eficazmente os interesses de Portugal e dos portugueses e que melhor corresponde às suas justas expetativas”, afirmou na altura o primeiro-ministro numa declaração ao país.

Há um ano também, o vice-primeiro-ministro afirmou que, com a conclusão do programa de resgate, Portugal pôs termos a uma “circunstância humilhante” para o país. O Programa de Assistência Económica e Financeira, que incluiu três credores internacionais – o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, que em conjunto ficaram conhecidos como troika –, terminou a 17 de maio do ano passado, três anos depois do memorando inicial assinado pelo governo socialista de José Sócrates.