Construir um “atlas do subconsciente”, é o objetivo de Roc Morin. O professor de Psicologia na Universidade de Nova Iorque anda há quase um ano a construir o projeto “World Dream Atlas” — um índice dos sonhos em vários pontos do mundo. A meta de Roc é recolher sonhos em todos os países do mundo.
“Os sonhos são vistos como parte de uma realidade secundária, que só se tornam significantes se conseguirem ser traduzidos em algo real. Mas os sonhos fazem-nos perceber “quão expansiva pode ser a nossa mente para além das restrições da realidade física”, refere Roc Morin.
O “World Dream Atlas” ganha vida numa página de Facebook em que o professor vai escrevendo textos sobre os sonhos recolhidos, acompanhados por uma fotografia da pessoa que relatou o episódio. Nos últimos 10 meses, conseguiu juntar sonhos de “centenas de pessoas em 17 países”, conta na The Atlantic: desde vários cidades dos Estados Unidos até à Índia, Polónia, Ucrânia ou República Checa.
“Percebi que, em todas as culturas, os sonhos estão geralmente ligados ao misticismo e ao divino e levam as pessoas a ‘pensamentos mágicos’ sem estigmas”, destaca Roc que, ainda assim, já conseguiu estabelecer alguns padrões. “Pesadelos violentos são comuns nas cidades fronteiriças com gangues no México e também na zona de guerra do leste da Ucrânia. Alguns sonhos com cenas de guerra nuclear são comuns tanto no Oriente como no Ocidente. Na Índia, são frequentes cenas religiosas com deuses e deusas”, exemplifica o professor.