O líder parlamentar do PS afastou este domingo, em absoluto, um acordo com a maioria PSD/CDS para “cortar” no sistema de pensões e recusou-se a revelar a sua posição sobre a descida da taxa social única (TSU).

A posição de Ferro Rodrigues foi transmitida à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS, depois de ser confrontado pelos jornalistas com declarações proferidas no sábado pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que insistiu num acordo com os socialistas para uma redução de despesas no sistema de pensões na ordem dos 600 milhões de euros.

“A senhora ministra [das Finanças] que continuar a pôr em prática um programa de ataque aos pensionistas e aos funcionários públicos. É esse aliás o único ponto em concreto que conhecemos do programa da coligação PSD/CDS para as próximas eleições”, reagiu o líder da bancada socialista.

De acordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PS, a coligação PSD/CDS “insiste em tentar atrair” os socialistas “para uma política que não é a sua”.

“No seu programa, pelo contrário, o PS assume a garantia de não fazer qualquer corte nas pensões em pagamento. O que está demonstrado é que, com este Governo, com ou sem ‘troika’ (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional), é a mesma coisa, como em matéria de pensões”, apontou Ferro Rodrigues.

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Ferro Rodrigues classificou ainda como “extraordinário” que o atual executivo entenda que “garante a sustentabilidade do sistema de pensões cortando no sistema”. “Isso não é a sustentabilidade do sistema, mas arrasar com o sistema”, contrapôs.

Sobre a possibilidade de o programa eleitoral do PS conter uma redução da taxa social única (TSU) a pagar por trabalhadores e empregadores, em quatro pontos percentuais, Ferro Rodrigues não clarificou a sua posição pessoal perante os jornalistas.

Ferro Rodrigues, antigo ministro com a pasta da Segurança Social no primeiro executivo liderado por António Guterres, disse apenas que a questão está em debate interno no seu partido e que já teve a oportunidade de se pronunciar sobre ela numa reunião do Secretariado Nacional, o órgão partidário de direção restrita.

“Parece-me importante que as questões mais importantes sejam debatidas e, se necessário, votadas”, declarou.