José Félix Morgado foi convidado e deverá ser apresentado na próxima semana como novo presidente do Montepio, noticia a TVI. O gestor era, até agora, presidente-executivo da distribuidora de papel Inapa e assumirá o cargo para o qual foi convidado, originalmente, o antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos.
Teixeira dos Santos revelou na terça-feira, em comunicado, que “após uma prolongada reflexão”, preferiu não aceitar o convite para liderar o Montepio, uma instituição que foi alvo de uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal e que detetou “deficiências” que o atual presidente, António Tomás Correia, garantiu que já foram, entretanto “objeto de melhorias depois de 2012”.
A TVI indica que, assim que a recusa de Teixeira dos Santos foi comunicada, José Félix Morgado foi convidado pessoalmente por Tomás Correia para o cargo.
A decisão de Teixeira dos Santos surgiu na sequência da assembleia-geral que a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) realiza esta terça-feira para a aprovação da alteração parcial dos estatutos, que prevê separar os seus órgãos de administração e da Associação Mutualista. Com esta mudança, será ajustado o modelo de funcionamento da CEMG à última versão da lei europeia bancária, que obriga a uma separação entre a gestão executiva do Montepio e os órgãos sociais.
Desta maneira, António Tomás Correia, atual presidente do grupo Montepio, deverá ficar com a presidência da Associação Mutualista, o que deixa aberta a presidência executiva do Montepio.
Tomás Correia já havia afirmado em abril à agência Lusa que Fernando Teixeira dos Santos era “um dos nomes em cima da mesa, mas não o único” e que “havia outros três nomes”, sublinhando que, “quando chegasse o momento próprio”, se saberia quem seria o próximo presidente executivo do Montepio “com independência e sem qualquer tipo de pressões”.