O grupo multinacional Aspro Parks anunciou esta terça-feira a candidatura à concessão do Oceanário de Lisboa, sozinho e com recurso a capitais próprios. “Queremos ajudar o o Oceanário de Lisboa chegar ao seu próximo nível. E isto, nós podemos consequir, porque somos especialistas em aquários”, disse Javier Carbajo, diretor geral do grupo.

O grupo Aspro Parks é o maior parque de operador de parques de entretenimento e de aquários na Europa, por número de centros. Gere 60 parques em 12 países europeus, entre os quais Portugal. No Algarve, está responsável pela gestão do Aqualand Algarve, em Alcantarilha, há 15 anos, empregando 50 pessoas. Sobre a candidatura à concessão do Oceanário de Lisboa, diz que o objetivo do grupo é consolidar a posição do Oceanário como “aquário de referência a nível mundial”.

Sem avançar com detalhes sobre o valor da proposta, o responsável pela Aspro Parks disse que a hipótese de se aliar a outro concorrente à concessão não está em cima da mesa. “A nossa decisão de avançarmos sozinhos encaixa perfeitamente com o Oceanário de Lisboa. É uma decisão firme, porque acreditamos que temos as capacidades que construímos durante 24 anos”, referiu.

Com um interesse “histórico” em Portugal, Javier  Carbajo diz que o grupo não quer estar presente em negócios em que não possam contribuir de verdade para o crescimento e sustentabilidade do negócio. “Estamos constantemente a ver negócios em Portugal, é um dos nosso países de interesse“, referiu, acrescentando que é muito importante ter uma presença no país.

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Sobre o Oceanário de Lisboa, diz que quer ajudá-lo a chegar ao seu “próximo nível”, aumentando o número de visitas e tornando-o num “pólo de atração” para turistas. “Somos especialistas em aquários e sabemos o que queremos fazer”, disse, sem revelar detalhes sobre a proposta que vai entregar ao Governo e que ainda não está fechada.

Apresentando o grupo com um modelo de negócio global “sustentável” e “conservador”, o responsável pela multinacional adiantou que o grupo quase não tem dívida, que cresce por aquisições e que nunca vende. Em 2014, o grupo teve vendas na ordem dos 184,2 milhões de euros, mais 2% do que no ano anterior e mais 12,5% do que em 2012.

 “A nossa natureza é de entrarmos num sítio e ter um compromisso com a comunidade. Comprometemo-nos com o negócio e temos viabilidade financeira para abordar este projeto sem sofrer nenhum stress”, disse, acrescentando que as motivações da Aspro Parks estão alinhadas com as do Oceanário.

Com dois objetivos – de aumentar o número de visitas de turistas e de visitantes locais – a estratégia passa pela distribuição de produtos e por uma atividade direta e comercial com maior penetração nos diferentes canais. “O Oceanário é um ativo com potencial e é um ativo ao qual queremos trazer valor”, disse.

As propostas para a concessão do Oceanário de Lisboa devem ser entregues até 12 de junho. Na corrida, já está a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, a primeira a apresentar uma proposta e a Mundo Aquático, empresa que gere o Zoomarine. De acordo com o Diário Económico, existem cerca de uma dezena de candidatos, sendo que o vencedor será escolhido em julho.

O grupo Aspro Parks emprega 4 mil pessoas nos 60 parques que gere e diz que vai manter os postos de trabalho que existem no Oceanário de Lisboa. Quer fazer do aquário português uma “visita obrigatória” para turistas, respeitando os seus pilares estratégicos, como promover a conservação dos oceanos e apostar nos programas educacionais e investigação científica.

*Artigo atualizado às 13h18 de 2 de junho